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Jornalista venezuelana Nairobi Pinto é libertada depois de 8 dias de sequestro

Por Diego Cruz

A jornalista venezuelana Nairobi Pinto apareceu sã e salva no dia 14 de abril pela madrugada após oito dias de sequestro, reportou Globovisión. Pinto foi libertada na cidade de Cúa, onde foi atendida pelo pessoal da Proteção Civil do município de Urdaneta antes de ser levada a Caracas.

Embora ainda se desconheça o motivo de sua liberação, o ministro de Segurança e Justiça Miguel Rodríguez Torres especulou que foi por pressão policial, já que aproximadamente três mil funcionários patrulhavam os municípios próximos ao local onde Pinto foi encontrada, de acordo com o El País. Rodríguez Torres também assegurou que a polícia não havia pago nenhuma recompensa pela liberação da jornalista.

Em uma coletiva de imprensa na capital, Pinto agradeceu os jornalistas, veículos de comunicação e pessoas que apoiaram e colocaram esforços em sua busca, dizendo que isso havia contribuído para sua liberação, informou o meio digital Infobae.

Pinto é a chefa dos correspondentes da emissora Globovisión e havia sido sequestrada por dois homens mascarados no domingo, 6 de abril, quando voltava do supermercado para sua casa em Caracas. Dias depois, seus colegas e outros jornalistas iniciaram uma campanha online pedindo sua liberação.

A jornalista disse que teve os olhos vendados sempre e não pode ver nem os rostos dos sequestradores, nem quantos eram, de acordo com Infobae. Acrescentou que foi bem tratada, que recebeu comida três vezes ao dia e não foi tocada.

Não quero dar muitos detalhes, […] mas em princípio é por um tema de segurança e segundo porque começo a ter consciência de tudo o que vivi”, disse Pinto à imprensa. “Em princípio tive muita força, mas agora é algo íntimo que está começando a romper”.

Até o momento não há detidos e não se sabe o motivo inicial do sequestro, mas Rodríguez Torres disse que as autoridades dariam segurança a Pinto enquanto ela restabelece seu ritmo de vida, de acordo com o periódico La Nación.

O ministro também mencionou que não acredita que o motivo do sequestro tenha sido só econômico, já que Pinto é uma pessoa com impacto em diferentes setores sociais. Mencionou seu papel como jornalista e “o que implica em matérias de segurança”, assim como seu papel religioso como coordenadora de uma igreja e seu impacto no setor estudiantil como estudante da Universidade Central da Venezuela.

“Não queremos especular, mas nos perguntamos quem ganha com esta ação”, disse Rodríguez Torres. “A medida que formos obtendo a resposta, iremos nos aproximando de uma solução para o caso”.

Na semana passada o ministro descartou a possibilidade de que o secuestro tivesse um motivo político, uma possibilidade apresentada pela dirigente estudantil opositora Gabriela Arellano, amiga de Pinto e que afirmou que este laço poderia ter resultado em sua captura.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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