Este artigo faz parte do livro “Jornalismo Inovador na América Latina,” publicado pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, com o apoio do Programa de Jornalismo Independente da Fundação Open Society.
Por Jorge Villalpando Castro, videojornalista e produtor multimídia
O desenvolvimento de novas tecnologias oferece uma imensa oportunidade a jornalistas de informar de forma verídica e oportuna en diferentes formatos. Atualmente, podemos publicar um texto, uma fotografia, um vídeo ou transmitir ao vivo do local onde ocorrem os fatos. Neste caso, falaremos especificamente da produção e distribuição do vídeo através da internet e das diversas plataformas que existem, comumente chamadas de mídias sociais.
A internet nos oferece a oportunidade de competir com os grandes consórcios de comunicação e especialmente com a televisão. Devido a esse crescimiento e às oportunidades da web, os jornalistas têm se convertido em “todólogos” que podem publicar qualquer tipo de informação nos diferentes canais que temos à mão: uma transmissão ao vivo por meio do Facebook Live ou do Periscope; uma publicação no Twitter, uma foto no Instagram ou um vídeo em YouTube. Essas são as formas mais comuns e usadas pelos meios de comunicação atualmente.
Este pequeno guia fala das ferramentas necessárias, conselhos básicos de produção e plataformas de distribuição e monetização. Trata-se simplesmente de um ponto de partida e está pensado para oferecer à sua equipe os passos básicos iniciais para uma maior incorporação do vídeo a seu trabalho jornalistico habitual.
NOSSAS NECESSIDADES
Quais ferramentas precisamos para produzir nossos vídeos?
No mercado, temos centenas de opções de câmeras de vídeo (amadoras, semiprofissionais e profissionais). Praticamente todos os smartphones possuem câmeras para gravar com uma boa resolução, e também há câmeras fotográficas que contam com a opção de gravar vídeos. Também existem câmeras especializadas à prova d’água, com estabilizadores de imagem ou até drones. Assim, a oferta é muito ampla.
É importante definir com a empresa com quais ferramentas poderemos contar para realizar nosso trabalho. A partir disso, devemos definir:
Uma vez definidos estes pontos, em um equipamento de gravação de vídeo devemos considerar o seguinte:
ABORDAGEM DE TEMAS / REALIZAÇÃO
Uma vez que sabemos com qual equipamento contamos, podemos entrar na parte do planejamento e realização do nosso tema. Aqui devemos perguntar:
Uma vez que já tenhamos planejado nosso tema, que decidimos nosso storytelling e resolvemos o que vamos contar, é importante nos perguntarmos sobre nossas necessidades para poder realizar o trabalho (transporte, viagens, segurança, como vamos nos movimentar, etc).
No jornalismo, se utilizam diferentes formatos de vídeo:
COISAS A SE LEMBRAR
Em relação à produção de vídeo, é importante assinalar que ainda que não sejamos “especialistas” nos aspectos técnicos, temos que considerar os seguintes assuntos:
Estar atrás da notícia não quer dizer que vamos esquecer de proteger nossa integridade física. Este é o ponto mais importante. NÃO somos “superheróis” e qualquer notícia não é mais importante que nossa vida.
PUBLICAÇÃO: ONDE E COMO?
Já temos nossa história em vídeo gravada, editada e pronta para publicar. E agora, o que fazemos?
Temos diferentes públicos para informar de maneira instantânea por meio das mídias sociais: o Twitter é para um público muito distinto do Facebook ou do Instagram. O YouTube nos dá uma saída alternativa ao Periscope ou ao Facebook Live.
Portanto, é importante definir o público que queremos atingir.
Geralmente, temos duas opções:
Existem tanto plataformas gratuitas como pagas para o “hosting.” A mais conhecida, e mais utilizada, é o YouTube, que nos permite publicar de forma simples nossos vídeos, que podem ser compartilhados por meio de um link ou inseridos em uma nota (com o código ‘embed’). A desvantagem é a constante publicidade antes ou durante a reprodução.
Também existe a plataforma Vimeo, que oferece uma categoria “profissional” paga onde se podem publicar vídeos. Diferentemente do YouTube, esta plataforma tem maior aceitação entre profissionais ou artistas. Aqui, são oferecidas estatísticas detalhadas e reproduções personalizadas. Nesta plataforma não existe publicidade, e também se trata de uma ferramenta muito simples e útil.
E o que é o streaming? São as plataformas que permitem transmitir ao vivo. Aqui, as imagens são “brutas”, e não existe uma edição prévia. As mais conhecidas são Facebook Live e Periscope, mas também existem o Ustream ou o LiveStream, que são gratuitas mas oferecem uma opção “profissional”, paga.
COMO MEDIR O SUCESSO
As plataformas de “hosting” oferecem dados estatísticos de como estão vendo nossos vídeos: elas permitem conhecer quantas visualizações têm nossos materiais e pode-se fazer uma segmentação muito geral por sexo, faixa etária e localização.
As plataformas de vídeo ao vivo também oferecem dados estatísticos dos materiais publicados. Especificamente o Facebook gera um relatório a cada vídeo de quantos usuários consumiram nosso conteúdo, o tempo que permaneceram na página e outras estatísticas úteis.
COMO GERAR RENDA
As plataformas que existem não oferecem muitas opções para gerar renda. No YouTube, se seus vídeos são frequentemente assistidos, a mesma plataforma te monitora, “estuda” seu canal e eventualmente pode te convidar para ser um “partner”, o que significa que seus vídeos podem ser monetizados. Mas essa é uma decisão do YouTube.
Nas plataformas de “streaming” não existe a opção de poder monetizar seus vídeos (Periscope ou Facebook Live).
Outros guias na série incluem:
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.