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Agressões contra a imprensa no México aumentam durante primeiros meses do novo governo federal

As agressões contra a imprensa no México aumentaram 46% no primeiro semestre de 2013 em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo um novo relatório da organização Artigo 19. No primeiro semestre de 2013, a organização registrou um total de 151 ataques contra veículos e jornalistas, entre eles dois assassinatos, um desaparecimento, quatro ataques armados, 26 ameaças e sete privações ilegais da liberdade.

Durante este período, um terço dos agressores foram funcionários públicos. Outros 20% das agressões foram cometidos por membros de sindicatos de professores e outras organizações sociais, enquanto que em 26% dos casos se desconhece o agressor. Em só 3% dos casos os agressores foram membros do crime organizado, segundo a organização.

O período estudado coincide com os primeiros seis meses de governo do presidente Enrique Peña Nieto e a organização destaca uma tendência a reprimir protestos contra atos de governo do mandatário. Artigo 19 também ressalta que em vários casos membros do magistério agrediram jornalistas que cobriam as manifestações do sindicato.

O relatório foi publicado a poucos dias das eleições locais e estaduais em um terço do país - que acontecerão no dia 7 de julho. Membros dos três partidos políticos denunciaram irregularidades nas campanhas eleitorais como o desvio de recursos públicos para candidatos, uso de programas sociais com fins eleitorais, ataques armados contra candidatos e intervenção indevida de governadores a favor de certos candidatos, segundo a CNN México.

Este clima eleitoral também afetou o exercício jornalístico. Artigo 19 denunciou as demissões e renúncias forçadas de três jornalistas que se opuseram às pressões do meio de comunicação para o qual trabalhavam. Em Baixa Califórnia, onde será eleito o governador, um locutor de rádio renunciou porque o diretor da estação Radiorama pretendia obrigá-lo a realizar entrevistas pactuadas comercialmente com certos líderes políticos. Outros dois jornalistas de Veracruz e Chihuahua (onde também haverá eleições) foram despedidos por pressões de políticos sobre veículos. Em Tlaxcala, outro estado aonde haverá votações, cinco jornalistas foram processados penalmente por difamação por pessoas próximas ao governador.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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