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Ataques de Chávez contra mídia privada na Venezuela enfraquecem imprensa, afirma CPJ em relatório

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  • 29 agosto, 0212

Por Isabela Fraga

Em relatório especial sobre a Venezuela lançado na quarta-feira, 29 de agosto, o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) alerta para o assédio do presidente Hugo Chávez que enfraqueceu a imprensa privada do país nos último 13 anos, noticiou o jornal La Nación. Intitulado "Venezuela's private media wither under Chávez assault" ("Mídia privada na Venezuela definha sob ataques de Chávez", em tradução livre), esse é o quarto relatório elaborado pelo CPJ sobre a Venezuela desde que Chávez foi eleito presidente pela primeira vez, em 1999.

Segundo o CPJ, Chávez apelou para ameaças e medidas restritivas -- como a perseguição a jornalistas críticos ao governo e outros tipos de penalização da imprensa -- para minar a influência da imprensa privada, noticiou o El Universal. Eventos como o embargo à emissora de TV Globovisión e tentativas de regular a internet na Venezuela foram lembrados pelo relatório.

enfraquecimento da imprensa venezuelana no período logo anterior às eleições presidenciais no país -- que acontecem em outubro e estão polarizadas entre Chávez e o candidato de oposição Henrique Capriles -- também foi lembrado pelo CPJ, notou o Yahoo Noticias. "Num ano de eleição, essas medidas significam a falta de reportagens significativas, deixando os eleitores desinformados", criticou Monica Campbell, uma das autoras do relatório.

O relatório (que tambémpode ser lido em PDF) termina com recomendações às autoridades venezuelanas sobre liberdade de imprensa e de expressão. Entre as sugestões, estão a garantia de independência para a mídia; a transparência dos critérios de renovação e revogação de concessões de mídia; anulação da obrigação de a mídia privada transmitir os discursos presidenciais; e a garantia de que a mídia estatal venezuelana não seja manipulada ou usada para ataques pessoais.

Recentemente, outras organizações internacionais alertaram para o declínio da liberdade de expressão na Venezuela no período pré-eleições. A Espacio Publico publicou um informe em julho classificando as transmissões obrigatórias de mensagens presidenciais em rádio e TV como forma de censura. Também em julho, a Human Rights Watch lançou um relatório afirmando que a concentração de poder no país levou a piora na liberdade de expressão. A Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA), por sua vez, disse que violência e censura podem minar o papel da imprensa na Venezuela com a proximidade das eleições.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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