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Autoridades mexicanas prendem ex-policial suspeito de sequestrar jornalista em Baja California

A Procuradoria-Geral da República do México anunciou no dia 2 de dezembro a prisão de um homem identificado como Fabricio “N” em Mexicali, capital do Estado de Baja California, acusado de ser responsável pelo sequestro e roubo de materiais de um jornalista em fevereiro desse ano.

Por meio de comunicado, a PGR afirmou que cumpriu uma ordem de apreensão contra Fabricio “N” solicitada pela Procuradoria Especializada para a Atenção a Crimes Cometidos Contra a Liberdade de Expressão (FEADLE, na sigla em espanhol) pelos delitos de privação ilegal de liberdade e roubo agravado.

Segundo La Jornada, o suspeito preso se trata de Fabricio Valenzuela Ruiz, que atuava como diretor-geral operativo da Polícia Estatal de Baja California. Ele é acusado de ser o responsável pelo sequestro do jornalista Mariano Soto Cortez no último dia 15 de fevereiro, segundo o jornal.

Cortez, diretor do portal de notícias Tijuana Sin Censura, denunciou ter sido sequestrado, torturado e ameaçado e ter tido seu material de trabalho roubado por agentes de segurança estatais em fevereiro, de acordo com reportagem de Milenio.

Na denúncia apresentada à PGR e reportada por Milenio em março, Cortez afirmou que passou 13 horas sob torturas e agressões por parte de supostos policiais, que exigiam que ele “deixasse de publicar tudo que se relacionasse à incidência delitiva relacionada com o crime organizado e contra o secretário de Segurança Pública de Tijuana, Daniel De La Rosa Anaya; do contrário, o matariam e também sua família”.

Além de Ruiz e Anaya, o jornalista incluiu na denúncia à Procuradoria-Geral da República também o governador do Estado de Baja California, Francisco Vega de Lamadrid, “por permitir que policiais e autoridades atuem com impunidade”, como escreveu Milenio.

Segundo a PGR afirmou em comunicado, Ruiz foi preso em Mexicali por agentes da Agência de Investigação Criminal (AIC) “sem uso de violência nem afetar a terceiros”.

O capítulo mexicano da organização pela liberdade de expressão Artigo 19 registrou 276 ataques contra a imprensa no país na primeira metade de 2017. “Estima-se que 50,7% dos ataques tenham sido cometidos por agentes do Estado”, acrescentou a instituição.

A impunidade reina com a impressionante taxa de 99,6% em relação a crimes contra jornalistas no país, de acordo com a Artigo 19.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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