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Ciberataques tiram sites de notícias do Equador do ar durante cobertura de protestos

Cibercriminosos atacaram vários sites de organizações de notícias do Equador na semana passada durante protestos que ocorreram no país e conflitos entre a mídia e o governo.

Em 8 de junho, cidadãos pró e antigoverno se reuniram em Quito e outras cidades em resposta à reforma do sistema de impostos e a uma proposta de taxação da herança, de acordo com o La República. Os protestos continuaram até o dia 11 de junho e, em alguns momentos, se tornaram violentos.

Nesta mesma semana, quatro empresas de mídia foram alvos de ataques cibernéticos que restringiram o acesso a seus sites.

Os sites de Ecuavisa.comLaRepública.ec e Teleamazonas.com foram atacados enquanto divulgavam informações sobre os protestos, segundo o Ecuavisa.com. O jornal El Comercio também reportou irregularidades no Facebook.

O site de notícias LaRepública.ec optou por transmitir os protestos via Livestream esta semana depois dos ciberataques deixarem seu o portal fora do ar. O veículo utilizou a sua conta no Facebook para informar a seus leitores sobre os ataques e as transmissões online.

Agência de notícias digital do Equador La Republica postou no Facebook que seu site foi forçado a ficar fora do ar depois de ciberataques em junho de 2015.

Conversando com a Fundamedios na última semana, o diretor do site do La Republica disse que os ataques foram "fortes e prolongados" e vieram de diferentes partes da América Latina.

Em 11 de junho, La República postou no Facebook que "pelo quarto dia, o site do La República foi alvo de ciberataques. Não sabemos quem foi."

Verónica Larrea da Fundamedios afirmou que acredita que os a queda dos sites foi causada por ataques DDoS.

Ecuavisa informou que seu diretor de tecnologia comentou os ataques: "um corte nas comunicações ocorreu quando várias requisições de acesso ao nosso site chegaram na mesma hora, tirando o site do ar."

O Centro Knight para o Jornalismo nas Americas recentemente relatou a crescente ameaça de ciberataques conhecidos como "Distributed Denial of Service (DDoS)" a meios latino-americanos. De acordo com a matéria, a legislação contra crimes de internet na América Latina, em geral, é fraca.

Ataques DDoS ocorrem “quando milhões de requisições simultâneas são enviadas a um único servidor para gerar um colapso proposital. É uma ação deliberada usando centenas de computadores conectados para fazer um ataque simultâneo.”

Robert Guerra, especialista em segurança digital e liberdade na Internet, disse ao Centro Knight que “a principal consequência dos ciberataques no contexto da América Latina é a redução de espaços críticos que encorajam o debate ou expõem atos ilícitos e abuso de poder, como corrupção.”

Enquanto portais de notícia estavam informando sobre os ciberataques durante a cobertura dos protestos, os canais de notícias Ecuavisa e Teleamazonas estavam se defendendo das alegações de funcionários do governo de que eles estavam conspirando contra o governo.

Em um caso separado, o jornal El Universo se declarou em resistência depos de meses de discussões com a Superintendência de Informação e Comunicação (Supercom) a respeito de supostas violações cometidas pelo veículo informativo.

Equador está em 108º lugar de 180 países no Índice Global de Liberdade de Imprensa 2015 da Repórteres sem Fronteiras (RSF), 13 posições abaixo do que estava no ranking de 2014.

RSF afirmou que “a situação da mídia no país é alarmante” graças à recente legislação e às ações do governo que propostas para democratizar a mídia, mas que têm servido para limitar a prática jornalística.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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