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Conheça oportunidades de bolsas em universidades e organizações dos EUA que fizeram a diferença para jornalistas latino-americanos

Há oportunidades que, se aproveitadas, podem marcar a vida profissional de uma pessoa. Isto é o que acontece quando jornalistas da América Latina e do resto do mundo recebem bolsas de estudo de prestigiosas universidades ou organizações nos Estados Unidos.

Desde passar um ano acadêmico trabalhando em um projeto jornalístico até visitar e aprender com as melhores redações dos Estados Unidos, estes programas representam um antes e um depois para seus bolsistas.

Uma ex-bolsista, Maia Jastreblansky, disse que sua experiência com o World Press Institute "foi excelente e enriquecedora tanto profissional como pessoalmente. Me marcou muito e me lembro do que vivi com muito carinho".

Como em anos anteriores, a LatAm Journalism Review (LJR) preparou uma lista de bolsas que são tradicionalmente abertas a jornalistas fora dos Estados Unidos, com informações sobre inscrições e uma lista de ex-bolsistas.

World Press Institute

O World Press Institute (WPI) traz anualmente aos Estados Unidos dez jornalistas profissionais de todo o mundo para que possam ver em primeira mão como é a vida política no país, conhecer personalidades jornalísticas proeminentes e aprender sobre os modelos de negócios de meios dos EUA.

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A jornalista argentina Maia Jastreblansky. (Foto: Fopea)

"É um programa com um escopo jornalístico que poucos outros têm. Ao longo de nove semanas, visitamos redações como o New York Times, Washington Post, CNN, Politico, Miami Herald, entre outras redações e organizações. Isto é muito relevante para qualquer jornalista porque você pode ver como funcionam as principais redações nos Estados Unidos, conhecer os problemas que enfrentam e perceber que, muitas vezes, enfrentam os mesmos problemas que as redações na América Latina", disse a jornalista argentina Maia Jastreblansky à LJR.

Jastreblansky, editora do jornal La Nación de Buenos Aires, se candidatou à bolsa de estudos porque estava procurando promover sua carreira jornalística e também para ter uma troca de experiências com colegas de outros países. Durante o ano de sua participação, 2015, ela conviveu com jornalistas de Brasil, Austrália, Índia, Bulgária, Alemanha, Quênia e Bangladesh.

"Foi um grupo muito lindo, muito divertido, choramos quando nos despedimos, foi intenso e sem mencionar o acolhimento dos organizadores que são absolutamente calorosos e hospitaleiros com os bolsistas", disse a jornalista argentina. "Todas as pessoas que colaboram com o World Press Institute são muito calorosas, não tenho nada além de palavras de elogio a esta bolsa de estudos e a recomendo a todos".

As inscrições para o programa do próximo ano (a começar em março) vão até 1o de outubro de 2022. Os 2023 WPI Fellows serão anunciados no início de dezembro de 2022.

A diretoria do programa está lançando um chamado especial para candidaturas de jornalistas da América Latina. Para serem elegíveis, os candidatos devem ter mais de cinco anos de experiência em meios de comunicação, ser fluentes em inglês e ter potencial de liderança. Eles também são solicitados a enviar cartas de recomendação e exemplos de trabalho.

"Este programa fez uma grande diferença para mim quando cheguei em 1979 de um jornal na Cidade do México, ainda jovem e sem muita formação. Me fez aspirar a ser um jornalista melhor para melhor servir meu país e me colocou no caminho do sucesso na mídia; me permitiu começar a pegar as ferramentas essenciais do meu ofício e me ensinou como me esforçar para ser objetivo e imparcial", disse Bruno Lopez, membro do conselho de administração do programa, à LJR.

Ex-bolsistas

Mariana Segulin (Argentina, 2022)

María Luján Scarpinelli (Uruguai, 2019)

Josefina Pagani (Argentina, 2018)

Rafael Gregorio (Brasil, 2018)

Gabriel Baldocchi (Brasil, 2017)

Aurelio Tomás (Argentina, 2016)

Vinicius Neder (Brasil, 2016)

Maia Jastreblansky (Argentina, 2015)

Michelle Marinho (Brasil, 2015)

Bolsas Nieman

Jornalistas selecionados para a Bolsa Nieman passam dois semestres completos na Universidade de Harvard em Cambridge, Massachusetts, tendo aulas lá e em outras universidades locais. Eles participam de seminários, palestras, aulas magistrais e conferências de jornalismo.

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O jornalista colombiano Jorge Caraballo. (Foto: Arquivo pessoal)

"Eu me candidatei à Nieman porque desde que fiz meu mestrado nos EUA conheci vários bolsistas Nieman e me senti muito inspirado por eles. Senti nelas (porque eram em sua maioria mulheres) essa força e desejo pelo trabalho que faziam, por pensar em coisas novas e colaborar com outros jornalistas", disse Jorge Caraballo, jornalista colombiano, à LJR. "Estou muito inspirado por jornalistas que não estão apenas pensando em seu sucesso pessoal, mas que estão sempre reimaginando o que fazemos", acrescentou Caraballo.

Para ele, o Nieman é um centro que está ampliando os limites do jornalismo. Durante sua bolsa, ele trabalhou em um conjunto de ferramentas para podcasts de jornalismo narrativo na América Latina, procurando aproveitar o poder da narração de histórias em áudio para fortalecer as conexões comunitárias.

"Tive aulas de áudio, psicologia, comunidades e foi genial. Foi uma bolsa de estudos que me permitiu explorar e acessar discussões, conceitos e ferramentas que não estavam no meu radar. Além de me conectar com pessoas que são muito diferentes de mim, mas que têm o mesmo interesse em melhorar e fazer com que o jornalismo tenha mais impacto", disse o jornalista.

Segundo Caraballo, o programa Nieman pode ser intimidante porque centenas de pessoas de todo o mundo se candidatam todos os anos e apenas uma ou duas pessoas da América Latina são escolhidas. Entretanto, ele recomenda que "qualquer jornalista da América Latina se candidate, especialmente se estiver interessado em ter um impacto além do sucesso individual e se estiver interessado em redesenhar ou reinventar muitas das coisas que fazemos no jornalismo".

As inscrições para a próxima rodada de bolsas vão até o dia 1 de dezembro de 2022. Para mais informações, consulte o site do programa Nieman.

Ex-bolsistas

Patricia Laya (Venezuela, 2022)

Natalia Viana (Brasil, 2022)

Jorge Caraballo Cordovez (Colômbia, 2022)

Natalia Guerrero (Colômbia; 2020 Knight Latin American Nieman Fellow)

Selymar Colón (Porto Rico; 2020)

Juan Arredondo (Colômbia; 2019 Knight Latin American Nieman Fellow)

Laura N. Pérez Sánchez (Porto Rico; 2019)

Sebastián Escalón (Guatemala; 2018 Knight Latin American Nieman Fellow)

Marcela Turati (México; 2017 Knight Latin American Nieman Fellow)

Sandra Barrón Ramírez (México; 2017 Knight Visiting Nieman Fellow)

Fabiano Maisonnave (Brasil; 2016 Knight Latin American Nieman Fellow)

Miguel Paz (Chile; 2015)

Elaine Díaz Rodríguez (Cuba; 2015)

Programa Knight de Jornalismo de Ciência no MIT

A cada ano, o Programa Knight de Jornalismo de Ciência do MIT oferece bolsas de estudos de um ano acadêmico para 10 jornalistas de ciência para dar-lhes a oportunidade de explorar a ciência, a tecnologia e o ofício do jornalismo; concentrar-se em uma especialidade científica; e aprender em algumas das melhores universidades de pesquisa do mundo.

O programa será reaberto a novos candidatos em novembro de 2022 para suas bolsas 2023-24.
Ex-bolsistas

Thiago Medaglia (Brasil; 2019-2020)

Iván Carrillo Pérez (México; 2016-2017)

Federico Kukso (Argentina; 2015-2016)

Oriana Fernández (Chile; 2014-2015)

Giovana Girardi (Brasil ; 2014-2015)

Pablo Correa (Colômbia; 2012-2013)

Bolsas Knight-Wallace

As bolsas Knight-Wallace oferecem a jornalistas interessados em crescer profissionalmente e profundamente comprometidos com o futuro do jornalismo a oportunidade de passar um ano acadêmico em Ann Arbor, cidade localizada no estado de Michigan, para acessar os recursos de uma universidade de alta qualidade e mergulhar em um projeto de jornalismo.

As inscrições para o ano acadêmico de 2023-2024 serão abertas entre outubro e novembro de 2022.

O ano acadêmico de 2023-2024 começa no dia 28 de agosto de 2023. Os bolsistas devem chegar em Ann Arbor pelo menos uma semana mais cedo para a orientação da bolsa de estudos. As inscrições de jornalistas internacionais (sem passaporte americano) são tradicionalmente apresentadas até 1º de dezembro para o ano acadêmico que começa no mês de setembro seguinte.

Ex-bolsistas

Andrea González-Ramírez (Porto Rico, 2021-2022 Knight-Wallace Reporting Fellow)

Valeria Collazo Cañizares (Porto Rico; 2020-2021 Knight-Wallace Reporting Fellow)

Ana Ávila (México; 2019-2020)

Maurício Meireles (Brasil; 2019-2020)

Marielba Núñez (Venezuela; 2019-2020)

Daigo Oliva (Brasil; 2018 -2019)

Alberto Arce (México; 2017-2018)

Marcelo Moreira (Brasil; 2017-2018)

Mariana Versolato (Brasil; 2017-2018)

Fernando Canzian Da Silva (Brasil; 2016-2017)

Gustavo Patu (Brasil; 2016-2017)

Bolsas John S. Knight da Universidade de Stanford

De setembro a junho, os bolsistas JSK se retiram de suas obrigações profissionais em tempo integral para trabalhar em suas ideias ou projetos para resolver os problemas mais prementes do jornalismo, enquanto experimentam uma gama de oportunidades disponíveis aos membros da comunidade da Universidade de Stanford.

As inscrições estão atualmente fechadas, mas serão abertas 1 de novembro de 2022 para aqueles que desejam participar do ano acadêmico de 2023-2024.

Atuais e ex-bolsistas

Desirée Yépez (Equador; 2022 Knight Latin American Fellow)

Enrique Naveda (Guatemala; 2022 JSK Journalism Fellow)

Joseph Poliszuk (Venezuela; 2020 JSK Press Freedom Fellow)

Natália Mazotte (Brasil; 2020 Knight Fellow Latinoamericana)

Florencia Coelho (Argentina; 2019 Knight Latin American Fellow)

Guilherme Amado (Brasil; 2018 Knight Latin American Fellow)

Barbara Maseda (Cuba; 2018 )

Juan Pablo Meneses (Chile; 2017 Knight Latin American Fellow)

Nathalie Alvaray (Venezuela; 2016 Yahoo! International Fellow)

Daniela Pinheiro (Brasil; 2016 Knight Latin American Fellow

Izabela Moi (Brasil; 2015 Knight Latin American Fellow)

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