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Governo do Equador confirma sequestro de três jornalistas perto da fronteira com a Colômbia

Uma equipe de três jornalistas do jornal equatoriano El Comercio foi sequestrada em 26 de março no norte do Equador, em Mataje, na província de Esmeraldas, perto da fronteira do país com a Colômbia.

O grupo é formado por um repórter, um fotógrafo e um motorista, segundo a organização equatoriana de liberdade de expressão Fundamedios. É uma área "onde ocorreram ataques recentes atribuídos a grupos armados dissidentes das FARC que já tiraram a vida de quatro soldados equatorianos", acrescentou a organização.

“Extraoficialmente, soube-se que os jornalistas do El Comercio perderam a comunicação com a redação e suas famílias à tarde, então elas começaram a ativar os protocolos de busca”, disse Fundamedios.

O ministro equatoriano do Interior, César Navas, confirmou o sequestro em 27 de março e disse que os reféns estão "bem", inclusive que o Estado e os seqüestradores já estão em contato, informou El Comercio.

Ele mencionou que o país reforçou sua presença na fronteira norte no fim de 2017 e vem realizando ações como apreensões de drogas e armas, bem como detenções de membros de grupos armados, informou El Comercio. Segundo o ministro, as autoridades têm “um registro de que os três cidadãos passaram por um posto de controle militar e receberam as advertências correspondentes sobre o risco de circular nesta fronteira política internacional”.

"Presumimos que eles estejam na Colômbia", disse Navas, segundo El Comercio. “Estamos em comunicação permanente com as autoridades colombianas, principalmente na área operacional com as autoridades policiais e militares”.

De acordo com a reportagem do El Comercio sobre as declarações do governo, os ministros da Defesa e do Interior, o Procurador Geral do Estado, o Defensor Público e unidades especiais da Polícia Nacional estão trabalhando no caso.

Navas enfatizou que o governo está enfrentando uma ameaça "com um inimigo que não opera em nosso território".

O ministro também disse que as Forças Armadas e a Polícia Nacional receberam ordens para proibir os cidadãos que não moram perto da fronteira política internacional de viajar para lá, disse El Comercio. Ele também pediu à mídia que use as informações de forma responsável, disse que todas as informações oficiais virão do governo e que os jornalistas que trabalham na área devem observar o protocolo de reportagem dentro da estrutura do Estado de Emergência.

No entanto, o ministro da Defesa colombiano Luis Carlos Villegas disse em 28 de março que não há informações de que os três jornalistas estejam na Colômbia e que "a investigação está concentrada na área onde ocorreu o evento, perto do rio Mataje, em território equatoriano", reportou El Espectador.

A Colômbia "deu toda a ajuda técnica necessária para encontrar os reféns, uma vez que, infelizmente, conseguiram grande experiência no país porque esses crimes aconteciam com frequência", disse Villegas, segundo El Espectador.

Mais de 190 jornalistas, fotojornalistas, operadores de câmeras e outros profissionais de comunicação divulgaram um comunicado em solidariedade aos jornalistas seqüestrados do El Comercio e pediram seu retorno em segurança.

Na carta, os jornalistas exigiram que o Estado equatoriano garanta a segurança de seus colegas, enfatizaram o reconhecimento do Sistema Interamericano da importância do trabalho jornalístico em zonas de conflito, enfatizaram o dever da imprensa de informar sobre a violência e outras questões em Esmeraldas e pediram que o governo divulgue os nomes dos jornalistas seqüestrados.

“Com o objetivo de manter os cidadãos informados sobre o que está acontecendo em Esmeraldas, eles foram a diferentes setores da província para uma zona que, de acordo com o governo, tem uma presença militar alta e constante”, diz a nota. "Eles não estavam de férias, eles não estavam se esquivando de suas responsabilidades, eles estavam trabalhando para informar os cidadãos."

Mais de 100 jornalistas participaram de uma manifestação de solidariedade na Praça da Independência, em Quito, segundo El Comercio. De acordo com a Fundamedios, outra vigília foi planejada para Guayaquil. As vigílias foram espalhadaa nas redes sociais com as hasthags #NosFaltan3 e #LosqueremosdevueltaYa.

O ministro da Defesa, Patricio Zambrano, que esteve na vigília em Quito, disse que o Conselho Nacional de Segurança Pública se reunirá em 28 de março para tomar decisões sobre o caso, informou o El Comercio.

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