texas-moody

Grandes meios de comunicação acusados de pressões ilegais para fechar rádios comunitárias no Paraguai

  • Por
  • 23 outubro, 2013

By Travis Knoll

Recentemente, meios de comunicação rurais no Paraguai denunciaram pressões ilegais por parte dos grandes meios de comunicação em prol do fechamento de rádios comunitárias.

Num comunicado publicado no início deste mês, o Sindicato de Jornalistas Paraguaios repreende os grandes meios por acusar as rádios comunitários de prestar auxílio ao Exército do Povo Paraguaio, um grupo guerrilheiro que supostamente levou a cabo ataques na cidade de San Pedro no dia 1º de outubro, matando uma pessoa e ferindo sete, segundo a agência de notícias AFP. O EPP também foi implicado num ataque em outubro de 2012 contra uma emissora paraguaia.

Esta declaração vem nas vésperas de debates midiáticas importantes em torno da democratização da imprensa. Atualmente, o partido esquerdista Frente Guasú (FG) está iniciando uma nova iniciativa de democratização no Senado paraguaio. O partido do ex-mandatário paraguaio, Fernando Lugo, expressou a intenção de criar uma lei de mídia para diversificar opções de meios de comunicação e dividir empresas monopolistas de uma forma semelhante à iniciativa proposta atualmente no Uruguai e às leis vigentes na Argentina e no Equador.

No seu comunicado, o SPP argumentou que uma “democratização” dos meios é necessária e chamou a atenção do governo para apoiar rádios comunitárias que “promevem a democracia” por dar voz a grupos marginalizados, como comunidades indígenas e trabalhadores rurais.

As acusações contra as rádios comunitários e a iniciaiva do FG para democratizar a mídia para abrir espaço para estas mesmas emissoras ocorre um ano depois das disputas em torno dos direitos de terra que causaram choques entre a polícia e trabalhadores, levando a um impedimento legal de Lugo, por “mal desempenho”, depois de ativistas ocuparem a propriedade de um empressário opulento. Na sua campanha eleitoral de 2008, Lugo prometeu reformas que redistribuiriam propriedades entre 87.700 famílias sem posses.

Organizações regionais como UNASUR e MERCOSUR rapidamente condenaram a destituição de Lugo, por não ter respeitado o devido processo e suspenderam o Paraguai das organizações.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

Artigos Recentes