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Guatemala lança um mecanismo para prevenir a violência contra jornalistas

Por Larissa Manescu

O presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, e a vice-presidenta, Roxanna Baldetti, anunciaram semana passada o lançamento de um plano para assegurar a proteção dos jornalistas do país, de acordo com o Europa Press. O mecanismo envolve a colaboração de várias agências, incluindo ministérios, instituições do Estado e organizações independentes de imprensa.

O presidente assinou um documento expressando seu interesse em estabelecer o Programa para Proteger Jornalistas no início de maio, e o processo de implementação está previsto para acontecer em 60 dias. De acordo com o porta-voz do presidente, Francisco Cuevas, as organizações envolvidas vão assinar um acordo, determinar quais irão analisar relatórios de ataque e quais irão agendar reuniões periódicas para discussão dos resultados.

Depois do México e da Colômbia, a Guatemala é o terceiro país na América Latina a implementar tal plano.

Ao ouvir o anúncio, a UNESCO divulgou um comunicado expressando sua “disponibilidade como uma organização internacional e neutra, especializada neste assunto, a fim de facilitar o diálogo com todos as partes interessadas”.

O presidente pediu uma política de “portas abertas” para que jornalistas possam fazer o seu trabalho sem medo de repercussão sob o novo plano. O objetivo final é fazer justiça através do sistema judicial, responsabilizando os autores de ataques contra jornalistas.

Em um artigo de opinião publicado em agosto, Frank La Rue, relator especial da ONU para liberdade de expressão, disse que a nação está vivenciando uma nova onda de violência este ano.

Guatemala documentou 48 violações contra a liberdade de expressão durante os primeiros nove meses de 2013, um aumento significativo comparado às 19 relatadas em 2010. Este número inclui quatro assassinatos e oito ameaças de morte, de acordo com o relatório de impunidade de 2013 divulgado recentemente pela IFEX.

Semana passada, o jornal guatemalteco Prensa Libre informou que o jornalista e diretor César Pérez Méndez recebeu ameaças de morte por ligações telefônicas e mensagens de texto após divulgar no El Quetzalteco um caso de corrupção da cidade de Quetzaltenango.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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