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Jornalista brasileiro é assassinado a tiros em Santo Antônio do Descoberto, interior de Goiás

O jornalista João Miranda do Carmo foi assassinado na noite deste domingo, 24 de julho, na cidade de Santo Antônio do Descoberto, no interior de Goiás, informou o jornal O Popular.

De acordo com a publicação, Carmo estava em sua residência quando foi chamado ao portão por quatro homens armados. Testemunhas relataram que, quando o jornalista saía de casa para atendê-los, os criminosos efetuaram diversos disparos.

A vítima foi atingida por sete tiros no peito, segundo informações do portal G1. De acordo com a polícia, o enteado de Carmo relatou que o padrasto já havia sido ameaçado.

"Ele relatou que a vítima era conhecida na cidade pelo trabalho de jornalista e que esse pode ser o motivo de sua morte. Contou ainda que o padrasto já registrou ocorrência por ter sido vítima de ameaças de morte", disse ao G1 o soldado Alisson Assis de Moraes.

João Miranda do Carmo era dono do site de notícias SAD Sem Censura, que publica notícias locais e relata os problemas da cidade.

O delegado Pablo Santos Batista não descarta a possibilidade de o crime ter sido motivado pela atividade jornalística de Carmo, noticiou o G1.

"As informações preliminares é que foram à casa dele e o executaram. Vamos ouvir testemunhas para saber se ele estava sendo ameaçado ou se teve alguma desavença com alguém por causa da profissão que possa ter motivado o crime", afirmou o delegado ao portal de notícias.

Familiares e amigos da vítima prestaram homenagens a Carmo nas redes sociais. “Tiros à queima roupa… Foi o que você ganhou por ser a voz onde muitos emudeceram, por buscar a justiça onde tantos choram injustiçados, por querer fazer de sua cidade um lugar menos corrupto nesse nosso Brasil tão viciado”, escreveu Stefania Queiroz no Facebook.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Goiás lamentaram o assassinato e pediram às autoridades que adotem medidas preventivas para proteção dos jornalistas e da liberdade de imprensa.

"Além da ação policial e judiciária para captura e punição dos responsáveis, é preciso que se tomem medidas preventivas tanto pelas empresas de comunicação quanto pelas forças de segurança do país para dar um basta nessa situação," disseram as entidades em comunicado. "A Fenaj vem propondo a instituição de um protocolo de segurança que permita as condições necessárias para o exercício do Jornalismo e para a garantia das liberdades de expressão e de imprensa no Brasil".

Este é o terceiro jornalista assassinado no país neste ano. No dia 10 de março, o radialista João Valdecir Barbosa foi morto a tiros enquanto trabalhava nos estúdios da Rádio Difusora AM em São Jorge do Oeste, sudoeste do Paraná. Menos de um mês depois, o blogueiro Manoel Messias Pereira, conhecido como Manoel Benhur, foi atingido por seis tiros no dia 9 de abril na cidade de Grajaú, no interior do Maranhão. Ele morreu a caminho do hospital.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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