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Jornalistas de veículos locais denunciam restrições durante a cobertura das eleições na Venezuela

Jornalistas denunciaram restrições na cobertura das eleições que deram uma vitória apertadíssima ao sucessor de Hugo Chávez na Venezuela, Nicolás Maduro, com 50,66% dos votos contra 49,07% do opositor Henrique Capriles. Segundo o Instituto Imprensa e Sociedade (Ipys), diversos profissionais de veículos locais tiveram problemas de acesso a zonas eleitorais e o trabalho dificultado por autoridades públicas neste domingo, 14 de abril, dia em que os venezuelanos foram às urnas.

A repórter do jornal El Impulso Keren Torres, que cobriu o processo eleitoral em Crespo, município do estado de Lara, contou ao Ipys que não conseguiu acessar livremente com seu fotógrafo quatro dos cinco centros de votação que visitou.

Na cidade de Puerto Ordaz, Bolívar, uma jornalista do diário local Primicia foi retirada de uma seção eleitoral por ordem de efetivos do órgão militar responsável pela segurança durante as eleições. Natalia Urdaneta afirmou que as restrições de acesso ocorreram em várias zonas da cidade, mesmo quando ela apresentava a credencial de imprensa do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A repórter Eunice Gamero confirmou os problemas durante a cobertura na cidade.

Também há relatos de obstáculos ao trabalho da imprensa local em Coro, no estado de Falcón. As repórteres Gladyscar Guzmán e Cintia González, do jornal Nuevo Día, Joanne López, da rádio Coro e correspondente do El Nacional, e Clorinda Núñez, de la emisora Súper Stéreo 94.5 FM, foram impedidas de acessar alguns centros de votação. As jornalistas criticaram ainda as dificuldades para obter informações sobre o processo eleitoral de funcionários do CNE.

polarização que marcou o cenário midiático da gestão de Hugo Chávez na Venezuela seguiu forte durante a campanha eleitoral entre Maduro e Capriles. O candidato opositor disse ter sido censurado em veículos oficiais. Como nas eleições do ano passado, faltou equilíbrio à cobertura jornalística feita por meios de comunicação públicos e privados, segundo crítica feita pela diretora executiva do Ipys, Marianela Balbi.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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