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Panfletos de guerrilhas colombianas miram em duas emissoras de rádio

Por Liliana Honorato

Na terça-feira, 3 de julho, as guerrilhas do Exército de Libertação Nacional da Colômbia publicaram panfletos criticando o trabalho jornalístico de duas emissoras de rádio, a Caracol e a RCN na região de Arauca, no norte da Colômbia, onde as guerrilhas constantemente pressionam jornalistas a não publicar informações "de que não gostam", reportou o site de notícias Notillano.com.

Segundo a Fundação para Liberdade de Imprensa (FLIP), o grupo de guerrilheiros usou os panfletos para declarar um ataque armado, argumentando que as estações de rádio haviam se tornado "instrumentos mentirosos" do governo. Os frequentes conflitos armados em Arauca geram medo e ansiedade entre jornalistas da região, o que cria "sérios sintomas de autocensura", acrescentou a FLIP.

Essa não é a primeira vez que as guerrilhas colombianas ameaçam e colocam jornalistas em risco no país. Pelo menos três jornalistas fugiram de suas cidades após receber ameaças de grupos armados ilegais neste ano. Em 15 de maio, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) tentou matar o jornalista Londoño Hoyos com uma explosão de bomba que deixou ao menos 40 feridos e dois mortos.

O sequestro do jornalista francês Roméo Langlois pelas FARC em abril último pode ter sido a notícia mais preocupante para jornalistas colombianos este ano. Embora Langlois tenha dito que as FARC o trataram como convidado em vez de como um prisioneiro de guerra, seu sequestro estimuloua criação de uma nova associação para unir e proteger jornalistas estrangeiros que trabalham na Colômbia, reportou jornal El Tiempo na terça-feira, 3 de julho.

Segundo a rede social Bottup, a Associação Internacional de Imprensa da Colômbia foi criada em Bogotá, em 20 de junho, com o objetivo principal de “defender (...) a prática profissional da imprensa estrangeira na Colômbia", e monitorar a prática da liberdade de imprensa e promover melhora na qualidade da informação.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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