texas-moody

SIP exige justiça no 16° aniversário do assassinato de jornalista colombiano

  • Por
  • 25 abril, 2014

Por Claire Edwards*

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) novamente pediu justiça no caso do assassinato do jornalista colombiano Nelson Carvajal, assassinado há 16 anos. A SIP insistiu em exigir das autoridades que investiguem e localizem os culpado pelo crime, um chamado que a organização faz desde que o caso iniciou em 2001.

Carvajal, de 37 amos, foi baleado e morto em 16 de abril de 1998, nos arredores de uma escola primária onde costumava dar aulas. Também trabalhava como jornalista na Radio Sur, da emissora RCN, no município de Pitalito do estado de Huila. Seus programas de rádio cobriam temas como serviços de saúde e desenvolvimento urbano. Também transmitiam reportagens investigativas sobre supostos casos de corrupção governamental.

Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), o suposto assassino material tem vínculos com funcionários públicos. Testemunhas relataram que o pistoleiro e um cúmplice saíram da cena do crime em uma motocicleta.

Claudio Paolillo, o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da SIP, lamentou que o assassinato de Carvajal continue impune, acrescentando que teme "que este crime engrosse uma lista de outros seis que acabam de prescrever na Colômbia”.

Na Colômbia, os crimes contra jornalistas cometidos antes de 2000 têm um prazo de prescrição de ações penais de 20 anos. Os casos que não são resolvidos neste tempo são encerrados permanentemente. A Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP, na sigla em espanhol) da Colômbia registrou 140 casos de assassinatos de jornalistas entre 1977 e 2012, dos quais mais de 60 já prescreveram.

A SIP apresentou o caso de Carvajal na Comissão Interamericana de Direitos Humanos em 2002 depois que uma investigação da Unidade de Resposta Rápida da Colômbia descobriu múltiplas irregularidades no caso original.

A família de Carvajal recebeu ameaças por insistir em obter justiça. Em 2006, a irmão de Carvajal, Gloria Carvajal, recebeu uma bilhete sob a porta de casa com uma ameaça escrita e um desenho de uma caveira com tumbas que mostravam os nomes dos filhos gêmeos de Nelson Carvajal.

Gloria Carvajal recebeu a nota 15 dias depois de representantes da SIP terem se reunido com funcionários colombianos para discutir a nova investigação, uma reunião supostamente confidencial. Gloria Carvajal deixou o país em 2006 junto com a viúva e os filhos de seu irmão depois de anos de intimidações sistemáticas, segundo o Proyecto Impunidad.

As preocupações da SIP quanto à impunidade na Colômbia aparecem em um relatório que a organização apresentou durante uma reunião recente em Barbados. O relatório afirma que 142 crimes contra jornalistas continuam sem ser resolvidos no país.

* Claire Edwards é estudante da turma "Jornalismo na América Latina" da Universidade do Texas em Austin.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

Artigos Recentes