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Veículos digitais discutem sua sustentabilidade em Colóquio Iberoamericano de Jornalismo Digital

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  • 3 junho, 2013

Por Alejandro Martínez

Encontrar novos modelos de negócio e alcançar a sustentabilidade foram os temas mais importantes para jornalistas de veículos de comunicação digitais da América Latina, Espanha e Portugal durante o mais recente Colóquio Ibero-Americano de Jornalismo Onlineescreveu Anne Nelson, da Universidade de Columbia, em um extenso relatório especial para o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.

O Sexto Colóquio Iberoamericano aconteceu nos dias 20 e 21 de abril, logo depois do Simpósio Internacional de Jornalismo Online, também organizado pelo Centro Knight. O evento reuniu dezenas de jornalistas da América Latina e da Península Ibérica e explorou três temas principais: a sustentabilidade dos jovens meios digitais, a diversificação de suas receitas e a expansão de suas audiências.

Em seu relatório, Nelson detalha as principais mensagens e conclusões do colóquio. Ele começou com o painel de John Thorton – o investidor de capital de risco que fundou o bem sucedido site de política estadual Texas Tribuneele conversou com jornalistas sobre os métodos que utiliza para atrair receita – e Kevin Davis, o diretor da Rede de Notícias de Investigação, INN, que descreveu os diferentes serviços legais e administrativos oferecidos para apoiar veículos digitais jovens nos Estados Unidos.

No segundo dia do evento se discutiu com mais detalhe as diferentes fontes de receita ao alcance dos meios digitais da região. No gráfico abaixo (em inglês), Davis apresenta as três categorias principais de fontes de receitas: diretas (como a promoção tradicional do conteúdo digital), indiretas (como os ingressos via apoio filantrópico) e complementares (como os ingressos obtidos por capacitações, eventos e outros serviços).

Os participantes também falaram da atual dependência que muitos deles têm de doações de fundações – como as Open Society Foundations – e a necessidade de estudar cuidadosamente seus mercados e suas forças para entender as melhores maneiras de diversificar sua renda.

Após discutir alguns dos modelos utilizados pelos meios digitais nos Estados Unidos, Nelson assegurou que os meios latino-americanos e ibéricos podem aprender bastante com o exemplo uns dos outros, mas não devem seguir o mesmo caminho, dada as grandes diferenças entre as regiões, como o atraso tecnológico e a ainda forte presença do produto impresso na América Latina.

Contudo, Nelson destacou a importância e as oportunidades de se colocar agora em uma posição de liderança no mundo digital.

“Com o avanço da infraestrutura tecnológica (na região), a vantagem dos meios tradicionais vai diminuir e os mercados favorecerão mais e mais as organizações que souberem lidar bem com esta transição – embora seus caminhos não sejam necessariamente idênticos aos de seus colegas dos Estados Unidos”, escreveu Nelson.

Durante o evento, 14 sites da América Latina e Espanha também apresentaram seu conteúdo, como Animal Político, que obteve um enorme êxito no México com um mercado mais jovem, Confidencial da Nicarágua, que é uma das publicações trabalhando em construir uma rede de meios digitais na América Central, e Mi Voz, uma rede de jornalistas cidadãos no Chile.

 

 

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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