Quatro anos após a revolta social de 2018 na Nicarágua, mais de 120 jornalistas foram para o exílio, pelo menos 20 meios de comunicação foram confiscados, não há jornais impressos circulando no país e seis jornalistas receberam penas de 7 a 13 anos de prisão, com multas milionárias. No entanto, a imprensa independente da Nicarágua continua lutando por sua liberdade, dentro e fora do país.
Na última década, a liberdade de imprensa passa por uma crise em vários países ao redor do mundo. Com o depoimento de sete jornalistas da Ásia e da América Latina, o ISOJ 2022 promoveu um debate sobre a liberdade de imprensa e a grave situação que repórteres estão enfrentando em países como Índia, Hong Kong, Colômbia, Brasil, Venezuela, El Salvador e Nicarágua.
Com o aumento da violência contra jornalistas na América Latina, vários países criaram mecanismos de proteção destinados a implementar medidas de segurança para jornalistas que relatam ataques ou ameaças contra eles.
As principais responsabilidades de um jornalista devem ser relatar realidade como ela é e servir de contrapeso ao poder sem medo de se posicionar diante de atos de autoritarismo, violações de direitos humanos e corrupção, disse o jornalista em conversa com o editor-chefe do El País, Borja Echevarría.
Advogados destacaram o papel fundamental do apoio de organizações que defendem a liberdade de expressão no processo contra o comunicador e esperam que seu caso abra um precedente para que os pedidos de asilo de jornalistas perseguidos sejam levados mais a sério pelos tribunais de imigração.
Após uma importante decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos a favor de quatro rádios de comunidades indígenas na Guatemala, as comunidades indígenas do país estão buscando que o Estado respeite seus direitos e reconheça legalmente suas rádios para continuar transmitindo suas culturas e auxiliando seus membros em sua língua nativa.
Fundado por um grupo de advogadas especializadas na defesa da liberdade de expressão, o Instituto Tornavoz vai remunerar advogados que atuem em casos acolhidos pelo entidade, além de prover auxílio técnico à defesa. A ideia é que a remuneração “fortaleça o interesse das(os) advogadas(os) nessa área de atuação”, disse Taís Gasparian, uma das diretoras e fundadoras do instituto.
O presidente do Conselho de Ministros do Peru (PCM), Aníbal Torres, teria tentado interferir na alocação de publicidade estatal para uma campanha escolar do governo, solicitando a exclusão dos meios do Grupo El Comercio. Especialistas e organizações se manifestaram.
O jornalista peruano Gustavo Gorriti, em entrevista à LatAm Journalism Review (LJR), analisa a relação do atual presidente peruano Pedro Castillo com a imprensa tradicional ou "imprensa concentrada" e a imprensa independente, desde sua turbulenta carreira como candidato presidencial até sua primeiros meses de governo instáveis.
A Justiça venezuelana entregou a sede do tradicional jornal independente El Nacional ao deputado e ex-presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, como parte da indenização civil milionária pelo julgamento de difamação contra o jornal e seus diretores. “É o patrimônio mais importante do jornal”, disse Miguel Henrique Otero, diretor do El Nacional, à LJR.
Apenas três semanas após a divulgação de que dezenas de jornalistas em El Salvador foram alvo de espionagem digital, a Assembleia Legislativa do país aprovou nova legislação que cria a figura do “agente secreto digital” e permite que policiais acessem dispositivos eletrônicos e recolham dados para serem usados como provas em processos penais. Opositores à medida alegam que se trata da legalização da espionagem digital de cidadãos e que pode ser usada para perseguir jornalistas críticos ao governo.
A jornalista investigativa peruana Paola Ugaz foi absolvida em um julgamento por difamação agravada. Desde 2018, Ugaz foi processada várias vezes por difamação com base em suas investigações sobre supostos abusos sexuais e psicológicos de menores e irregularidades financeiras da congregação católica Sodalicio de Vida Cristiana.