O México viu um aumento da violência contra a mídia em apenas dez dias. Três jornalistas foram assassinados em diferentes estados, mais um está desaparecido e em vídeos postados na internet é possível ouvir tiros durante a cobertura de um protesto contra o feminicídio.
Relatórios especiais mostram o México não apenas como o país mais letal da América Latina para jornalistas, mas também como líder mundial nessa indesejável categoria. Junto com o Brasil, é também um dos piores países do mundo a conseguir condenações contra assassinos de jornalistas.
Com três novas iniciativas, a Sociedade Interamericana de Imprensa busca inovar no seu trabalho com foco no combate à impunidade nos crimes contra jornalistas, monitoramento da liberdade de expressão e de imprensa e apoio aos veículos sócios no processo de transformação digital
Entre 2014 e 2018, a Unesco registrou 495 assassinatos de jornalistas ao redor do mundo, e a América Latina e o Caribe foram a segunda região mais letal para os profissionais: aqui ocorreram 127 dessas mortes, um quarto do total.
O Ministério Público da Colômbia ordenou a prisão de um ex-pistoleiro ao vinculá-lo com o assassinato do jornalista e diretor do jornal El Espectador Guillermo Cano Isaza, ocorrido em 1986.
Um júri popular condenou um homem a seis anos de prisão por participar do assassinato de um jornalista brasileiro em 1998. Logo após o julgamento, a sentença foi contestada pelo Ministério Público por considerá-la muito baixa.
Os preocupantes números de violência contra a imprensa no México – apontado por várias organizações como um dos países mais perigosos para a prática do jornalismo – tornam-se ainda mais dramáticos quando se faz um paralelo com os números da impunidade.
O relatório analisa as tendências na região e como elas afetam a liberdade de expressão, o pluralismo e a independência dos meios, bem como a segurança dos jornalistas.
A impunidade de homicídios contra jornalistas no Brasil têm sido cada vez mais frequente no interior do país, segundo o relatório recente da Artigo 19 “O ciclo do silêncio: impunidade em homicídios de comunicadores”.
Na América Latina e no Caribe, apenas 18% dos casos de jornalistas assassinados, ou 41 dos 226 casos condenados pela UNESCO entre 2006 e 2017, foram reportados como resolvidos pelos Estados-Membros, segundo a organização internacional.
México, Colômbia e Brasil estão entre os 14 principais países do mundo onde os assassinos de jornalistas não são punidos em tribunais.
O ex-militar Daniel Urresti, que está concorrendo a prefeito de Lima nas eleições de 7 de outubro, foi absolvido como coautor do assassinato do jornalista Hugo Bustios em 1988.