O México é um dos países mais letais para exercer o jornalismo. Esse fato foi repetido nos últimos anos por diferentes organizações defensoras da liberdade de imprensa tanto do país como do exterior.
De 2001 até o presente, 69 profissionais da imprensa em Honduras morreram em circunstâncias violentas e, em apenas seis desses casos, pessoas foram punidas pelos crimes. Ou seja, 91% das mortes permanecem impunes, segundo um relatório da Comissão Nacional de Direitos Humanos do país (CONADEH).
Um deputado da Guatemala foi apontado pelas autoridades do país como o suposto mentor do assassinato do jornalista Danilo Efraín Zapón López, que ocorreu em 10 de março de 2015, publicou a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG).
Quase 15 anos depois de o jornalista colombiano Orlando Sierra ter sido fatalmente ferido, um dos homens envolvidos no crime foi deportado para a Colômbia.
Durante décadas, o jornalismo colombiano tem sido vítima direta da violência gerada pelo conflito armado vivido pelo país há mais de 50 anos. A assinatura de um novo acordo de paz com a guerrilha das Farc, referendado pelo Congresso do país no último dia 30 de novembro, poderia significar o fim de uma das causas de censura violenta contra a imprensa na Colômbia.
O estado mexicano de Veracruz provou ser um dos lugares mais perigosos do mundo para a imprensa, com 17 homicídios de jornalistas nos últimos seis anos. Apenas em 2016, três jornalistas foram mortos na região.
O dia 2 de novembro foi declarado como Dia Internacional pelo Fim da Impunidade contra Jornalistas pelas Nações Unidas em 2013, e coincide com o Dia dos Mortos, uma tradição cultural e religiosa celebrada nacionalmente no México.
"De todas as razões que levam à violência contra jornalistas, a mais importante é a impunidade, a falta de investigação dos atos de violência e dos assassinatos de jornalistas", garantiu Frank La Rue, subdiretor geral de Comunicação e Informação da UNESCO, em um vídeo que convida à comemoração do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, que acontece a cada 02 de novembro.
Pelo segundo ano consecutivo, México e Brasil são os únicos países da América Latina que fazem parte do Índice Global de Impunidade do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), cuja edição de 2016 foi publicada em 27 de outubro.
No dia 10 de setembro completa um ano do assassinato da jornalista colombiana Flor Alba Núñez Vargas que ocorreu na cidade de Pitalito, no departamento de Huila. Durante esse tempo, seus familiares, colegas e organizações de defesa da liberdade de imprensa têm lutado para que o crime seja esclarecido, e os culpados sejam punidos.
Menos de 24 horas após a morte de um jornalista em Oaxaca, uma repórter no estado de Tamaulipas foi assassinada por um grupo de homens armados. Ela é o oitavo jornalista assassinado no México neste ano.
No espaço de uma semana, dois respeitados jornalistas na América Central morreram em circunstâncias misteriosas. Associações de jornalistas na Guatemala e em El Salvador estão apelando às autoridades para solucionar as mortes do diretor de televisão Víctor Hugo Valdez e do produtor de televisão Pedro Antonio Portillo, respectivamente.