A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) adotou medidas cautelares para a viúva de um jornalista, morto na Nicarágua enquanto cobria protestos, e para membros de uma emissora de rádio que foi incendiada.
Enquanto os ataques contra jornalistas na Nicarágua aumentam após meses de protesto, jornalistas independentes no país pedem liberdade para realizar seu trabalho. Eles também estão expressando esperança nas organizações internacionais no terreno que estão trabalhando para conter a violência na nação centro-americana.
A sede da Radio Nicaragua, emissora estatal do país centro-americano, foi atacada e destruída por um incêndio na madrugada do dia 8 de junho, segundo reportou a imprensa local.
Uma declaração de jornalistas independentes da Nicarágua condenando a violência letal contra manifestantes e ataques à imprensa e pedindo o respeito do governo à liberdade de imprensa, reuniu assinaturas de 35 meios de comunicação, quatro organizações da sociedade civil e 87 jornalistas até o momento.
Dois suspeitos do assassinato do jornalista nicaraguense Ángel Gahona foram presos em 8 de maio, após uma audiência inicial perante um juiz distrital em Manágua, capital do país, informou o La Prensa. No entanto, a família do jornalista, bem como os detidos e outras organizações da sociedade civil, estão protestando contra a acusação feita pelo Ministério Público, dizendo que é uma estratégia das autoridades para evitar acusar os verdadeiros perpetradores.
Vários canais de notícias de rádio e televisão na Nicarágua foram atacados ou sofreram interrupções de sinal durante a cobertura da onda de protestos que irrompeu em todo o país devido a uma reforma da Previdência proposta pelo governo do presidente Daniel Ortega.
Um jornalista foi morto na noite de 21 de abril em Bluefields, no leste da Nicarágua, enquanto fazia uma transmissão ao vivo pelo Facebook do quarto dia de protestos contra a reforma da Previdência.
Carlos Fernando Chamorro, diretor da revista da Nicarágua Confidencial, disse que o exército do país tem espionado a sua publicação e os seus funcionários.
Um anoa depois que jornalistas nicaragüenses fizeram um chamado às autoridades exigindo justiça e proteção durante a cobertura dos protestos contra o governo, veio a notícia de que vários comunicadores foram ameaçados durante as manifestações que ocorreram em Managua na semana passada.
O primeiro dia de abril foi como um outro qualquer para os jornalistas nicaragüenses. Um dia de silêncio, de censura. É que ao começar o mês, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, completou 3 mil dias sem oferecer coletivas de imprensa abertas, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês).
Um grupo de 60 jornalistas se reuniu na sede da polícia nacional na capital da Nicarágua para cobrar investigações sobre ataques recentes à imprensa, que eles alegam estarem sendo negligenciados.
Após fechar por nove meses, o site de notícias em inglês The Nicaragua Dispatch voltou à Internet como a primeira plataforma jornalística com conteúdo principalmente produzido por blogueiros comunitários.