Entre janeiro e abril de 2014 foram registradas 47 agressões contra jornalistas e meios de comunicação em diversas cidades do Peru, segundo o recente relatório da Oficina Nacional de Direitos Humanos da Associação Nacional de Jornalistas do Peru (ANP). Estatisticamente, um jornalista é vítima de atentados, ameaças e perseguição judicial a cada quatro dias.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) pediu hoje à Corte Suprema do Peru para esclarecer o assassinato do jornalista de rádio Alberto Rivera Fernández e julgar os autores intelectuais do crime.
Uma bomba depositada por sujeitos desconhecidos detonou em frente à casa do jornalista peruano Yofré López Sifuentes na madrugada do dia 22 de abril, segundo o jornal La República.
O ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000) recebia antes de serem publicadas as manchetes e os conteúdos dos jornais sensacionalistas - que buscavam difamar seus adversários durante a campanha eleitoral presidencial de 2000. O então assessor da presidência Vladimiro Montesinos tinha acesso ao material através de telefonemas, segundo testemunhou Mario Ruiz Agüero, ex-secretário do assessor, durante audiência no julgamento de Fujimori no caso de Barbadillo em Lima.
Depois da compra de mais da metade das ações do grupo editorial Epensa, a qual deu ao Grupo El Comercio um controle total de quase 80% do mercado de jornais no Peru, o tema da concentração de mídia se tornou ubíquo – e volátil – no país. Domina o debate público com uma nota ou artigo de opinião novo todos os dias e, na semana passada, os polos opostos da discussão sobre os possíveis efeitos nocivos da transação foram exemplificados pelo desacordo entre o célebre escritor peruano e ex-candidato presidencial Mario Vargas Llosa e seu filho Álvaro.
Através de uma Ação de Amparo apresentada no dia 21 de novembro perante o Tribunal Constitucional da Corte de Justiça de Lima, Peru, oito jornalistas e líderes de mídias contestaram a compra de 54% das ações do setor de impressão e comercialização do grupo editorial Epensa por parte do Grupo El Comercio
Para o jornalista investigativo boliviano Raúl Peñaranda, colunista e ex-diretor do jornal independente Página Siete, o acesso à informação em seu país é bastante limitado.
Mónica Vecco, jornalista investigativa do Peru, denunciou na semana passada cinco pessoas --entre elas políticos e diretores de mídia -- por supostamente invadirem seu e-mail e utilizarem várias mensagens fora de contexto para acusá-la de ajudar um fugitivo a deixar o país. De acordo com a denúncia, as ações eram parte de um plano para denegrir sua imagem e, por extensão, os recentes esforços legislativos e jornalísticos de investigar um suposto caso de corrupção durante o governo do ex-presidente Alan García.
Depois de um acalorado debate durante a 69ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) sobre a compra no Peru de mais da metade das ações da casa editorial Epensa pelo Grupo Comercio, um competidor, o grupo editorial La República anunciou que iniciará um processo por concentração midiática.
O presidente do Peru, Ollanta Humala, promulgou no dia 21 de outubro a Lei de Crimes Informáticos, que penaliza a criação e utilização de bases de dados eletrônicos, entre outras coisas, com até cinco anos de prisão. Vários advogados e organizações de jornalismo criticaram a lei assegurando que ela colocará em risco o direito dos peruanos à liberdade de expressão e informação.
O peruano Maguiña Humberto Espinoza, jornalista e ex- editor de jornais regionais, foi condenado duas vezes por difamação entre os dias 18 e 19 de Setembro, por suas publicações denunciando o governo regional corrupto do Presidente de Ancash, César Álvarez Aguilar. Espinoza foi condenado a dois anos de pena suspensa, 120 dias de serviço comunitário e uma multa de 5.000 soles ( cerca de US $ 2000) , de acordo com o CPJ, Comitê para a Proteção dos Jornalistas.
A Lei de Crimes Informáticos, também chamada ‘nova lei Beingolea’ ou ‘lei Frankestein anti-Internet’ por alguns de seus críticos, foi aprovada quase por unanimidade no Congresso peruano em 12 de setembro. Se for assinada pelo presidente Ollanta Humala, pode por em sério risco o direito à liberdade de expressão e o direito constitucional ao segredo das telecomunicações dos peruanos, como explicou em seu portal a ONG Hiperderecho.