Para Marianela Balbi, diretora executiva do Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS) na Venezuela, a censura da imprensa e a proibição de transmitir ao vivo os protestos que agitam o país contra o governo do presidente Nicolas Maduro têm como objetivo evitar que mais pessoas se juntem às manifestações.
Jornalistas venezuelanos de diversos meios de comunicação se reuniram na Praça Madariaga (Caracas) no último domingo, 23 de março, para protestar contra a repressão de trabalhadores da imprensa por parte da Guarda Nacional.
O canal venezuelano Globovisión rompeu esta semana a aliança que mantinha com o grupo colombiano RCN Televisión. A razón da ruptura entre as emissoras não foi indicada, mas nos últimos dois meses se acentuaram as diferenças entre as linhas editoriais das duas empresas.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro propôs em 18 de março durante seu novo programa de rádio e televisão a criação de um encontro de tuiteiros latino-americanos e caribenhos em Caracas, publicou a Venezolana de Televisión (VTV).
Uma associação de jornais colombianos quer enviar papel imprensa à Venezuela para adiar o fechamento dos jornais do país, que sofrem escassez do recurso, informou em 18 de março o presidente do jornal venezuelano El Nacional, Miguel Henrique Otero, segundo o El Universal.
Funcionários do canal venezuelano Cadena Capriles protestaram contra a censura do trabalho investigativo da jornalista Laura Weffer sobre protestos que ocorrem há mais de um mês no país. Na segunda-feira (17 de março), um dia depois da matéria ter sido censurada, a chefe de investigação, Tamoa Calzadilla, pediu demissão.
Em 12 de fevereiro, os violentos protestos em Caracas resultaram na morte de três pessoas. Algumas testemunhas enviaram vídeos e fotografias dos eventos ao jornal Últimas Noticias, que rapidamente publicou o material online. A gravação mostra forças policiais uniformizadas e pessoas com roupas de civis disparando contra manifestantes, uma versão dos fatos bastante distinta da apresentada pelos meios estatais.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro inaugurou na terça-feira, 11 de março, o programa semanal de rádio “Em contato com Maduro”, de acordo com o jornal digital Infobae. Com seu novo programa, Maduro imita o ex-mandatario Hugo Chávez, cujo programa “Alô Presidente” transmitia suas políticas e atividades a cada domingo.
Jornalistas que cobrem protestos na Venezuela deveriam considerar utilizar coletes à prova de bala, disse Frank Smyth, assesor para a segurança de jornalistas do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), em uma nota de blog recente.
Já são 65 os casos de violações à liberdade de expressão na Venezuela entre 11 de fevereiro e 1º de março, segundo o Instituto Imprensa e Sociedade (IPYS). A organização publicou que desde que começaram os protestos em 12 de fevereiro, 69 jornalistas acabaram afetados pela situação. Entre as violações houve prisões agressivas e arbitrárias por agentes de segurança do Estado e ataques de manifestantes que simpatizam com o governo ou com a oposição.
Na última quinta-feira, os Estados Unidos publicaram o seu relatório anual sobre Direitos Humanos, onde foram criticadas ostensivamente as restrições à liberdade de imprensa e de expressão na Venezuela e no Equador. No meio do tenso clima vivido na Venezuela, o relatório enfatiza que o governo venezuelano "continua a tomar medidas que impedem a liberdade de expressão e restringem a de imprensa."
Um jornalista colombiano e seu companheiro de trabalho sofreram agressões da Guarda Nacional Bolivariana da Venezuela enquanto cobriam os protestos do dia 14 de fevereiro, informou o diário digital Infobae.