Em 16 de abril, um tribunal supremo venezuelano condenou o El Nacional a pagar uma indenização ao vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, considerado o número dois do chavismo, por danos morais e difamação.
O ranking mundial de liberdade de imprensa da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) confirmou uma tendência percebida na América Latina: uma piora geral nas condições para o exercício do jornalismo no continente. Dos 24 países da região analisados, 19 perderam pontos no levantamento da RSF.
Os governos de vários países latino-americanos contra-atacaram depois que o Departamento de Estado dos EUA divulgou seu relatório sobre as práticas de direitos humanos em todo o mundo, incluindo comentários sobre a liberdade de expressão e de imprensa. No entanto, grupos de liberdade de imprensa e jornalismo comemoram a divulgação em países criticados por ataques e restrições a jornalistas.
"O mundo é contado pelo olhar do homem e isso não vai ser objetivo nunca", afirmou a jornalista Lucia Solis Reymer, em painel sobre gênero da Primeira Conferência Latino-americana sobre Diversidade no Jornalismo
Jornalistas e especialistas atribuem o aumento dos ataques a um padrão repressivo do governo e ao momento político da Venezuela, de retomada da Assembleia Nacional pelo chavismo
Em sua missão de documentar os acontecimentos, muitos fotojornalistas latino-americanos sofrem ataques ou prisões por parte da polícia.
Pelo menos sete jornalistas que trabalhavam na América Latina foram mortos em 2020 em represália por seu trabalho e mais dois durante uma missão perigosa, de acordo com dados de um relatório anual do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ).
Levantamento mostra o crescimento do número de leis e projetos de lei que coíbem e punem a desinformação na internet em países da América Latina. Especialistas alertam para o risco de censura e autocensura de jornalistas.
Por décadas, dezenas de jornalistas da América Latina e de todo o mundo aproveitaram os programas de bolsa de estudos em universidades americanas de prestígio.
Seis veículos de comunicação do Brasil, Paraguai, Argentina, Venezuela e Chile seguirão para a segunda fase do programa acelerador de mídia independente Velocidad.
A aliança, chamada Venezuela Verifica, reúne fact-checkers de sete organizações, sob a coordenação do Instituto Prensa y Sociedad de Venezuela (IPYS Venezuela)
**Esta é a segunda matéria de um especial sobre jornalistas venezuelanos que deixaram seu país em busca de trabalho e segurança, e que criaram iniciativas jornalísticas no exterior.