O presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, ordenou a suspensão das transmissões da emissora de TV CNS6 durante quatro meses, período que coincide com o das campanhas para a eleição presidencial, informou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
Em maio, o parlamentar e comentarista Tony Viera criticou o bispo protestante Juan Edghill, presidente da Comissão de Assuntos Étnicos, e o acusou de promover os interesses do governo e de não fazer o suficiente pelos católicos, explicou a Associated Press. Edghill denunciou o comentarista por difamação e, no dia 30 de setembro, o presidente Jagdeo anunciou a suspensão das transmissões da emissora.
O Comitê Assessor de Mídia da Guiana (ACB) recomendou a suspensão por acreditar que “o comentário teve a intenção de incitar a intolerância religiosa, e tentava menosprezar os valores religiosos do país”, segundo o Trust Media.
O dono da emissora e líder de um partido político de oposição, Chnadra Narine Sharma apelou da decisão e chegou um acordo com o presidente para que a suspensão caísse de oito para quatro meses, acrescentou a organização Freemedia. A suspensão implicaria na demissão de 30 funcionários.
É a segunda vez que o governo da Guiana suspende as transmissões da emissora, de acordo com a Associated Press. A TV já havia sido suspensa por exibir imagens do presidente em uma festa enquanto áreas do país sofriam com inundações, em 2005.
