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Apesar de bons resultados, veículos tradicionais da imprensa no Brasil encolhem redações

O aumento na circulação de jornais no Brasil, apontada pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC) em julho, não foi suficiente para afastar o estigma de "mídia em crise" dos impressos e manter os postos de trabalho em redações de veículos tradicionais do país. Na contramão da tendência de mercados como o americano e o europeu, empresas de mídia brasileiras apresentam bons resultados financeiros, mas seguem cortando despesas, como se estivessem à espera de uma crise futura.

Na tarde desta quinta-feira, 1º de novembro, o jornal O Estado de S. Paulo demitiu cerca de 20 funcionários em uma "primeira leva" de dispensas, de acordo com o Portal Imprensa. Os profissionais trabalhavam nos "Caderno 2", "Caderno TV", "Suplemento Agrícola" e "Caderno Feminino do Estadão", alguns dos quais serão extintos.

A Editora Globo, responsável pela revista Época e por outras publicações, também anunciou a dispensa de 44 pessoas em dezembro, em um corte de 2,5% do total de funcionários, segundo o site Meio e Mensagem. O diretor geral da empresa, Fred Kachar, afirmou que o movimento foi uma reestruturação “normal como em qualquer segmento”, com troca de pessoal e adequação de produtos que não estavam obtendo a receita esperada.

Antes dos dois veículos, um outro "dos grandes" precisou encolher. A Folha de S. Paulo demitiu 40 jornalistas, cerca de 10% da redação, no dia 10 de novembro, o que levou o Portal R7 a alegar que o jornal estaria em crise e a Federação Nacional dos Jornalistas a protestar contra a medida.

Os últimos "enxugamentos" nas redações de grandes veículos se somam aos cortes realizados no primeiro semestre de 2011, com mais de 200 demissões apenas em São Paulo, e acendem o debate sobre o futuro do impresso. Na visão do diretor de publicidade da Folha de São Paulo, Marcelo Benez, o “jornal não é uma mídia em crise, mas sim uma mídia em transformação”, noticiou o Piauí Hoje.

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