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Às vésperas das eleições presidenciais na Venezuela, mídia está dividida, revela análise da BBC

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  • 4 outubro, 2012

Por Isabela Fraga

As eleições para presidente da Venezuela acontecem no próximo domingo, 7 de outubro. Nesse período de campanha, o cenário dos meios de comunicação no país está polarizado entre os apoiadores do atual presidente Hugo Chávez e o candidato da oposição, Henrique Capriles. Tal polarização, no entanto, não é numérica, mas de repercussão: uma análise da BBC revela que, embora o governo venezuelano tenha aumentado de uma para cinco o número de emissoras públicas, os canais estatais têm apenas 5,4% da audiência, segundo uma pesquisa da empresa AGB Panamericana.

Ainda assim, explica a BBC, os discursos de Chávez vão além dos canais estatais e são transmitidos também por emissoras privadas. A obrigatoriedade foi classificada pela ONG Espacio Público como uma forma de "censura continuada", já que produzem "restrições à liberdade de expressão de quem emite as mensagens e ao mesmo tempo restringem os direitos de quem quer recebê-las".

Enquanto Chávez acusa os veículos de mídia privada de manipular informações e de promover "terrorismo midiático", críticos denunciam perseguição à mídia e a Human Rights Watch afirma que a concentração de poder no país levou a uma piora na liberdade de expressão.

A emissora de TV Globovisión, uma das maiores do país, foi obrigada recentemente a pagar cerca de US$ 5,6 milhões de multa relativa à cobertura de um conflito penitenciário considerado "tendencioso" pelo governo venezuelano. Por esse episódio, o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) divulgou um relatório afirmando que os ataques de Chávez contra a mídia privada enfraquecem a imprensa do país.

Nesse cenário polarizado, afirma a BBC, o governo é frequentemente acusado de intimidação contra a liberdade de imprensa e de expressão no país. As agressões a jornalistas também têm aumentado de número com a proximidade das eleições, tanto de veículos privados quanto estatais.


Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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