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Jornalista é assassinado em Honduras em meio a tensões políticas e aumento da violência contra a imprensa

Por Travis Knoll

Um jornalista local de Honduras foi baleado e morto em 7 de dezembro, informou a Repórteres Sem Fronteiras. Juan Carlos Argeñal, 49, é o terceiro jornalista assassinado esse ano no país. Todos os três trabalhavam para o mesmo grupo midiático.

O jornal hondurenho La Prensa reportou que homens armados forçaram a entrada na casa de Argenãl, na cidade de Danlí, no estado de El Paraíso, e atiraram duas vezes na cabeça do jornalista. Autoridades que investigam o crime não prenderam nenhum suspeito nem estabeleceram um motivo para o crime.

Argeñal era dono e coordenava o canal de TV local cristão Vida Televisión. Ele também trabalhava como correspondente para Rádio e TV Globo, o mesmo grupo que empregava o diretor de programas Anibal Barlow e o cinegrafista Manuel Murillo, que foram assassinados no início deste ano.

“A Globo é uma das poucas emissoras nacionais a criticar o golpe de Estado," disse RSF. “Seus funcionários e repórteres vem pagando um alto preço por isso nos últimos quatro anos, incluindo a ocupação militar de suas instalações, o confisco de seus equipamentos e assassinatos. O simples fato de trabalhar para a Globo expôs Argeñal ao perigo."

O diretor da Globo David Romero disse que Argenãl denunciou ter recebido três ameaças de morte após revelar atos de corrupção em um hospital local, reportou AFP.

De acordo com a agência de notícias venezuelana AVN, Argeñal também foi membro do Partido de Refundação e Liberdade (Libre em espanhol), que era simpático ao ex-presidente Manuel Zelaya, que foi deposto no golpe de Estado de 2009. Seu irmão, Mario Argeñal, foi coordenador da organização responsável pela campanha presidencial da mulher de Zelaya, Xiomara Castro, que perdeu uma acirrada e controversa disputa eleitoral no último mês. De acordo com o New York Times, Castro está questionando os resultados das eleições em meio a acusações de irregularidades nas contagens.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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