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Jornalistas encontram em arquivos a oportunidade para entender os conflitos na América Central

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  • 28 fevereiro, 2014

Por Alex Wilkins*

Um grupo de jornalistas se reuniu em 21 de fevereiro na Conferência Lozano Long 2014 na Universidade do Texas em Austin (UT) para refletir sobre sua cobertura das revoluções centro-americanas dos anos setenta a noventa. A discussão destacou testemunhos dos jornalistas e marcou a importência de um novo esforço dos Estudos e Coleções Latinoamericanos LLILAS Benson para criar a maior coleção de arquivos dedicados às guerras que sacudiram Nicarágua, Guatemala e El Salvador.

A discussão foi moderada pelo fundador e diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Americas, Rosental Alves, e contou com seis oradores que viveram e cobriram as guerras, incluindo Robert Rivard, diretor do Rivard Report; Jean-Marie Simon, membro da Comissão de Direitos Humanos da GuatemalaMercedes de Uriarte, professora de jornalismo na Universidade do Texas: John Burnett, correspondente para a Rádio Pública Nacional (NPR) nos Estados Unidos; Donna DeCesare, professora de jornalismo na Universidade do Texas e Joseph B. Frazier, ex-correspondente da Associated Press.

“Tinha que ser jovem e um pouco estúpido para fazê-lo”, disse Rivard quando falou da cobertura das guerras. Após sua experiência na América Central, continuou cobrindo as lutas civis que seguiram as revoluções e também trabalhou para obter justiça para um jornalista assassinado no México através de seu livro “Trail of Feathers”.

Um tema recorrente na discussão foi a diferença entre como os conflitos eram apresentados nos Estados Unidos e como se vivia a realidade na América Central.

“Ninguém tinha interesse na história depois da guerra. Meu editor queria que eu fosse à Bósnia”, disse DeCesare, que continia cobrindo as mudanças na violência na América Central. DeCesare disse em seu recente livro “Unsettled” que vê uma conexão bastante grande entre a violência das guerras e o recente aumento da violência por parte das quadrilhas da região.

Excluindo a Biblioteca do Congreso, LLILAS Benson agora tem a maior coleção latinoamericana do país, incluindo o Arquivo Digital do Arquivo Histórico da Polícia Nacional da Guatemala, que foi adquirido recentemente.

Agora estes arquivos ajudam a preencher vários buracos informativos que ficaram da época.

“O jornalismo diário que produzimos é uma versão bastante incompleta da história. Fizemos o melhor que pudemos, mas estou feliz que esforços como este finalmente tentam corrigi-lo”, afirmou Burnett.

*Alex Wilkins é estudante da turma "Jornalismo na América Latina" na Universidade do Texas.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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