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Mais de cem jornalistas e comunicadores hondurenhos foram vítimas de agressões nos últimos quatro anos

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  • 21 fevereiro, 2014

Por Diego Cruz

Mais de cem jornalistas e comunicadores sociais hondurenhos foram vítimas de agressões e ameaças entre os anos de 2010 e 2013, de acordo com um relatório da Comissão de Direitos Humanos (CONADEH) divulgado em 18 de fevereiro, informou El Heraldo.

Durante este período, 20 jornalistas foram vítimas de agressões enquanto outros 50 denunciaram ter sofrido ameaças e perseguições, de acordo com a organização. Apenas em 2013 foram registrados sete atentados, sete agressões e 12 casos de ameaças contra jornalistas e comunicadores sociais. Estes incluíram trabalhadores dos veículos El Heraldo, La Prensa, La Tribuna, Tiempo, Radio Globo e Radio América.

O titular de CONADEH, Ramón Custodio, lamentou as tentativas de silenciar a imprensa, cujo trabalho se desenvolve “de forma ética, responsável e independente”, mas se tornou uma “profissão de alto risco” tanto para os jornalistas como para suas famílias.

"Esta violência que agora alcança os meios de comunicação e os jornalistas constitui uma franca ameaça à liberdade de pensamento e de expressão, já que atenta contra o direito à vida, ao trabalho, à livre emissão do pensamento e ao direito de informar livremente", disse Custodio.

De acordo com a Agência de notícias France Presse (AFP), o relatório não mencionou que desde 2003 morreram 37 comunicadores – entre eles jornalistas, locutores e apresentadores de televisão – e só um destes casos foi resolvido pelos tribunais.

Apesar de mencionar que entre os sete atentados de 2013 perderam a vida a filha de um jornalista e um técnico em reparação de rádios, não foram mencionados Juan Carlos Argeñal, Anibal Barlow e Manuel Murillo, três jornalistas do grupo midiático Globo que morreram no ano passado.

Em janeiro, um relatório da PEN Internacional informou que a situação de risco para jornalistas e comunicadores sociais em Honduras piorou desde 2009, depois do golpe de Estado que depôs o presidente José Manuel Zelaya.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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