Um dia após ter sido sequestrado por três homens armados no estado mexicano de Sonora, o jornalista Marcos Ávila foi encontrado morto por estrangulamento. O corpo dele apresentava sinais de tortura, informou o jornal El Universal.
Ávila, repórter que cobria temas de segurança pública e Justiça para os jornais El Regional e Diario de Sonora, é o quinto jornalistas assassinado no México em 2012. Um dia antes de ser sequestrado, Ávila publicou uma matéria sobre uma operação contra tráfico em Ciudad Obregón.
Segundo a organização Artigo 19, as autoridades federais e estaduais não estavam atuando de forma coordenada para encontrar o jornalista.
A organização destaca que o México ainda não colocou em práticas as recomendações do Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados ou Involuntários da ONU, que visitou o país em dezembro passado para exigir do governo mexicano a implementação de um programa nacional para a busca de desaparecidos e a criação de um protocolo de ação imediata para localizar pessoas ilegalmente privadas de sua liberdade.
Eduardo Flores, diretor dos jornais para os quais o jornalista trabalhava, disse ao El Siglo de Durango que Ávila tinha experiência na cobertura de temas de segurança na região e negou que o repórter tenha recebido ameaças recentes. Flores disse ainda que Ávila não fazia matérias investigativas e apenas escrevia a partir de comunicados de imprensa enviados pelas autoridades, acrescentou o El Diario de Sonora.
A Comissão Nacional de Direitos Humanos do México condenou o assassinato do jornalista e cobrou medidas para que o crime não fique impune, explicou a agência Notimex. Já a Repórteres Sem Fronteiras destacou que os ataques contra a imprensa no México têm se tornado mais frequentes às vésperas das eleições presidenciais, em julho.
O México é um dos países mais perigosos do mundo para os jornalistas. Consulte um mapa sobre os ataques contra a imprensa mexicana organizado pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.
