O que começou como uma briga entre grupos criminosos rivais terminou em ataques à população que resultaram na morte de quatro funcionários do grupo MegaRadio. Os assassinatos, considerados por organizações como uma forma de desestabilização social, fizeram com que a estação paralisasse temporariamente sua transmissão.
Vinte e dois jornalistas foram assassinados em países da América Latina entre janeiro e junho de 2022. Os dados são da Press Emblem Campaign (PEC). O número é maior que o total de mortes de jornalistas nos países da região no ano passado: 17. É maior também do que jornalistas mortos na cobertura da Guerra da Ucrânia: 16 no mesmo período.
Os assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira atraíram a atenção nacional e internacional para a região amazônica onde se encontram as fronteiras entre Brasil, Peru e Colômbia. Do lado brasileiro, a ausência do Estado e a forte presença do crime organizado inibem comunicadores locais de reportar sobre atividades ilegais.
A LatAm Journalism Review ouviu amigos, colegas de trabalho e familiares do jornalista brasileiro Tim Lopes, assassinado em 2 de junho de 2002. O caso provocou mudanças profundas nas empresas jornalísticas, com a implementação de medidas de segurança e a redução da cobertura em áreas de risco. No entanto, jornalistas brasileiros se sentem tão ou mais vulneráveis hoje quanto há 20 anos atrás.
Familiares, colegas e organizações nacionais e internacionais exigem justiça e garantias para o exercício do jornalismo livre de violência no México, após os assassinatos das jornalistas Yesenia Mollinedo e Johana García em 9 de maio, e do colunista Luis Enrique Ramírez, em 5 de maio.
Documentário brasileiro ‘Boca Fechada’ parte das histórias de três comunicadores executados por pistoleiros para mostrar a vulnerabilidade de jornalistas críticos em cidades pequenas do interior do país.
O jornalista Juan Carlos Muñiz foi assassinado em Zacatecas em 4 de março. Organizações como RSF, Artigo 19 e SIP, assim como jornalistas do México e do exterior, exigiram das autoridades mexicanas o fim da violência contra os comunicadores.
Os comunicadores vítimas da onda de violência no início de 2022 têm denominadores em comum, como serem independentes ou trabalharem em projetos nativos digitais próprios sobre assuntos locais de política, segurança e corrupção.
Até agora em fevereiro, o México registrou uma tentativa de assassinato de um jornalista, dois fotojornalistas espancados e o assassinato do filho de um conhecido comunicador de Tijuana, além de agressões verbais e desqualificações de membros da imprensa pela Presidência.
Pelo segundo ano consecutivo, o presidente Jair Bolsonaro é o maior responsável por ataques à imprensa no Brasil, segundo levantamento anual da Federação Nacional dos Jornalistas. Para a organização, a realização de eleições nacionais estaduais em outubro, quando Bolsonaro tentará a reeleição aumenta o risco para o exercício do jornalismo no país em 2022.