Ter redações com mais espaços de liderança para mulheres, pessoas trans e não-binárias resultará em um jornalismo que contribua mais para a construção de sociedades mais inclusivas, disse a fundadora e diretora executiva da organização Chicas Poderosas.
As recentes despenalizações do aborto na América Latina abriram mais uma vez a discussão sobre a importância de uma cobertura correta nos meios de comunicação quando se trata de temas de direitos sexuais e reprodutivos. Conversamos com jornalistas feministas da região para conhecer os desafios que elas têm enfrentado ao cobrir essas questões em seus países.
Na entrevista, Brum fala sobre as vezes em que sofreu assédio sexual e discriminação nas redações brasileiras, sobre a experiência de ser mãe aos 15 anos e a falta de apoio no trabalho, além da decisão de se mudar para o interior da Amazônia
O movimento feminista e as discussões em torno da igualdade de gênero, que pareciam ter ganhado muito espaço nos últimos anos, foram freados pela pandemia de COVID-19 e pelas crises sociais e de saúde que ela trouxe.
O que começou como uma experiência jornalística durante o primeiro ano da pandemia tornou-se uma coalizão latino-americana de jovens meios de comunicação que abordam questões de direitos humanos com uma perspectiva de gênero, a Coalizão LATAM.
Sub-representadas e cercadas estereótipos e preconceitos. É assim que as mulheres aparecem nas notícias de pelo menos 15 países latino-americanos, de acordo com o relatório 2020 "Quem está nas notícias?" que faz parte do Projeto de Monitoramento da Mídia Mundial
Um estudo apontou que os jornalistas na América Latina são mais atacados por suas opiniões políticas no Twitter do que por seu trabalho e 68% deles, após as agressões online, restringiram a frequência das suas publicações, se retiraram temporariamente dessa rede social ou deixaram de publicar sobre temas sensíveis.
Acabar com as desculpas para não incluir vozes de especialistas mulheres e pessoas não binárias em textos jornalísticos. Esse é o objetivo principal do projeto Mujeres Referentes, desenvolvido por Runrun.es, El Pitazo e Tal Cual, com Chicas Poderosas Venezuela.
A verdade é que, durante anos, a cobertura policial ganhou a reputação de ser sensacionalista por apelar para as emoções e curiosidade mórbida das pessoas. A Cosecha Roja veio, segundo Alarcón, para restaurar o prestígio dos repórteres policiais, por meio de um jornalismo com os mais elevados padrões técnicos e com uma perspectiva de direitos humanos
Organizações têm lançado cursos, treinamentos ou guias sobre o tema e, mais recentemente, passaram a dar atendimento personalizado e gratuito para mulheres jornalistas que sofrem assédio online.