O jornalista Juan Carlos Muñiz foi assassinado em Zacatecas em 4 de março. Organizações como RSF, Artigo 19 e SIP, assim como jornalistas do México e do exterior, exigiram das autoridades mexicanas o fim da violência contra os comunicadores.
Relatório da Repórteres Sem Fronteiras encontrou “graves problemas, que requerem mudanças urgentes”, nos mecanismos de proteção a jornalistas nestes quatro países, que concentram 90% dos assassinatos de jornalistas perpetrados na América Latina nos últimos dez anos
Os comunicadores vítimas da onda de violência no início de 2022 têm denominadores em comum, como serem independentes ou trabalharem em projetos nativos digitais próprios sobre assuntos locais de política, segurança e corrupção.
Depois que López Obrador revelou o que o jornalista Carlos Loret de Mola supostamente ganhou em um ano, mais de 64 mil pessoas aderiram a um Twitter Space em que as ações do presidente e a crescente violência contra a imprensa no México foram condenadas. A discussão havia registrado mais de 1,5 milhão de ouvintes na segunda-feira, 14 de fevereiro.
Até agora em fevereiro, o México registrou uma tentativa de assassinato de um jornalista, dois fotojornalistas espancados e o assassinato do filho de um conhecido comunicador de Tijuana, além de agressões verbais e desqualificações de membros da imprensa pela Presidência.
No primeiro mês de 2022, a América Latina assumiu a liderança como a região mais mortífera para a imprensa, registrando sete jornalistas mortos: quatro no México, dois no Haiti e um em Honduras.
O número de assassinatos de jornalistas diminuiu em 2021 em comparação com 2020 em todo o mundo. No entanto, o México continua sendo o país mais letal para jornalistas na região, com 3 casos confirmados e 6 casos não confirmados de jornalistas mortos por sua profissão, de acordo com o censo anual do Comitê para Proteção de Jornalistas.
Apostar em um jornalismo colaborativo, restabelecer a conexão com o público e incorporar o uso da tecnologia estão entre as medidas eficazes apresentadas pelas participantes da mesa “Como o jornalismo tem reagido a ondas de desinformação”, do webinar “Jornalismo em tempos de polarização e desinformação na América Latina”
A mais recente edição do Índice Chapultepec de Liberdade de Imprensa e de Expressão nas Américas, da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), registrou uma melhoria de 4,2 pontos na média dos 22 países avaliados no continente. O panorama geral mais positivo vem com resultados ruins de três dos maiores países da região, Argentina, México e Brasil, que foram os que perderam mais pontos no ranking.
O CPJ publicou o Índice de Impunidade Global que classifica os 12 principais países onde os autores de crimes contra jornalistas ficam impunes. México e Brasil são os países da região que estão na lista.
A jornalista falou com a LJR sobre seus ideais ao ingressar no jornalismo, como os alcançou nestes 31 anos de vida profissional e sobre sua luta incansável pela liberdade de expressão e de imprensa em um dos países mais perigosos para o exercício do jornalismo.
“Na verdade, acho que ser jornalista pode ser uma vantagem. As pessoas às vezes veem as mulheres como acolhedoras ou menos ameaçadoras e se abrem mais”, disse Mary Beth Sheridan, correspondente do The Washington Post para o México e América Central e uma das ganhadoras dos 2021 Cabot Prizes.