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Assassinato de repórter da revista Proceso desperta indignação no México

O assassinato de uma repórter mexicana no estado oriental de Veracruz despertou indignação e protestos para exigir que se investigue e castigue os responsáveis. A jornalista Regina Martínez, correspondente da revista mexicana Proceso, foi encontrada morta em seu apartamento no sábado, 28 de abril, informou o periódico Excélsior.

Após uma ligação anônima, a polícia da cidade de Xalapa encontrou o corpo da repórter no banheiro do seu domicílio com sinais de surra e estrangulamento, informou o jornal El Economista. Martínez tinha mais de 30 anos de experiência como jornalista e nos últimos 10 anos foi correspondente da revista Proceso, um dos semanários políticos mais importantes do México, de acordo com El Informador.

Seu assassinato ocorreu na capital do estado de Veracruz, considerado um dos 10 lugares mais perigosos do mundo para jornalistas pela organização Repórteres Sem Fronteiras depois de ter sido cenário para o assassinato de três jornalistas em 2011. A organização Artigo 19 destacou que se trata do quinto jornalista executado em Veracruz durante o mandato do atual governador Javier Duarte, que assumiu o cargo em dezembro de 2010. Desde então, o estado tem registrado o maior número de ataques contra a imprensa no México.

Poucas horas depois do crime, centenas de comunicadores e organizações jornalísticas se manifestaram na Cidade do México para exigir o esclarecimento do assassinato e protestar pela impunidade de 74 homicídios de jornalistas cometidos desde 2000 no México, noticiou a revista Proceso.

Organizações como Repórteres Sem Fronteiras, Comitê para a Proteção de Jornalistas, Periodistas de a Pie, correspondentes estrangeiros e a Escola de Jornalismo Carlos Septién assinaram um comunicado no qual condenam o mais recente assassinato de jornalistas no México. “De nada valeu os compromissos de palavra, nem a criação de promotorias ou leis para a proteção dos jornalistas. México se tornou um dos países mais perigosos do mundo para os informadores”, disse o comunicado.

As entidades também observaram que “não se trata de um crime isolado, mas o resultado de um contexto de repetidas violações, impunidade e ameaças à liberdade de expressão e ao direito à informação no México. "

A revista Proceso, que mantém uma linha crítica ao governo, salientou que constantemente precisa manter em anonimato o nome de seus repórteres, enviados especiais e correspondentes que cobrem temas como segurança e crime organizado. A publicação também denunciou em várias ocasiões a compra massiva de exemplares com o fim de impedir a circulação da revista em algumas cidades do México, segundo o Centro de Jornalismo e Ética Pública.

O atual governador Javier Duarte assegurou aos diretores da revista que as autoridades estaduais investigariam o crime até as últimas consequências, mas os jornalistas expressaram incredulidade, razão pela qual decidiram colaborar na investigação e solicitar a intervenção da Procuradoria Geral da República, de acordo com a Cronica e a agência de notícias EFE.

Dois anos antes de sua morte, a jornalista havia denunciado ameaças feitas pelo ex-governador de Veracruz, Fidel Herrera, segundo a organização Cencos.

Veja este mapa do Centro Knight sobre os ataques à imprensa no México.

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