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Três anos após a morte de fotojornalista mexicano, investigação continua pendente

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  • 19 setembro, 2013

Por Carola Guerrero De León*

Três anos após a morte de Luis Carlos Santiago Orozco, um fotojornalista mexicano de 21 anos de idade que trabalhava para o jornal El Diario de Ciudad Juárez, no norte do estado de Chihuahua, o assassinato permanece impune.

Em 16 de setembro de 2010, um atirador não identificado atacou Santiago Orozco e seu colega fotojornalista Carlos Manuel Sánchez Colunga enquanto eles estavam dirigindo próximo a um centro comercial, localizado a dois quarteirões de distância do edifício do El Diario. Santiago Orozco morreu depois de ser baleado na cabeça. Sánchez Colunga foi ferido por dois tiros.

De acordo com o El Diario, as autoridades estaduais não fizeram nenhum progresso sobre a investigação, desde novembro de 2010.

"É um tema que nos preocupa. Este crime está dentro de nossas prioridades, mas lamentavelmente não temos nada. Nós catalogamos estes casos como crimes não resolvidos de alta prioridade", disse o promotor Jorge González Nicolás ao El Diario.

O assassinato de Santiago Orozco foi um ponto de virada para a publicação. Três dias depois de sua morte, El Diario publicou um editorial intitulado: "O que você quer de nós?", abordando diretamente os cartéis de drogas na cidade. O artigo reconhece a disposição do jornal em comprometer a sua cobertura de notícias pela segurança de seus repórteres e a autoridade dos cartéis de drogas na cidade.

Dois anos antes de sua morte, um atirador não identificado matou o repórter de crime do El Diario Armando Rodríguez. De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), a investigação sobre o assassinato foi interrompida um mês depois. No mês passado, o promotor do México especializado em crimes contra jornalistas disse que seu escritório trataria do caso de Rodríguez retirando-o da jurisdição do Estado Chihuahua.

De acordo com a Rede de Jornalistas de Juárez, 19 jornalistas foram mortos em Chihuahua nos últimos 13 anos. Quinze deles foram mortos durante o mandato de seis anos do ex-presidente do México Felipe Calderón, até o ano passado.

Dados recolhidos pelo CPJ classificaram o México como o sétimo país mais letal para jornalistas no início do mandato de Felipe Calderón, em 2006. Em 2010, quando Santiago Orozco foi morto, o México subiu para o quarto lugar da lista.

* Carola Guerrero De León é aluna da classe "Relato da América Latina", na Universidade do Texas em Austin.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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