Para os jornalistas mexicanos, cobrir la nota roja - ou fazer cobertura policial - inclui mais do que estar exposto a perigos físicos. Ao viver e trabalhar em áreas de alto risco, seu contato constante e sistemático com a violência coloca em perigo a sua saúde mental.
Autoridades informaram à revista semanal mexicana Zeta que um grupo de criminosos ordenou um ataque ao veículo, após a publicação de fotos de supostos membros de um cartel de crime organizado na capa do número do dia 25 de novembro, segundo a Zeta.
Na última semana, a jornalista mexicana Carmen Aristegui e o veículo dirigido por ela, Aristegui Noticias, denunciaram uma série de fatos que, mesmo sem saber se estão ligados entre si, colocam em dúvida a segurança da comunicadora e da sua equipe no país.
Cobrir protestos, fotografar filas para conseguir mantimentos ou fazer vídeos dentro de hospitais podem ser atitudes arriscadas para jornalistas hoje na Venezuela. Vários repórteres e fotojornalistas no país têm sido sujeitados a detenções temporárias e permanentes durante seus expedientes nos últimos meses.
"De todas as razões que levam à violência contra jornalistas, a mais importante é a impunidade, a falta de investigação dos atos de violência e dos assassinatos de jornalistas", garantiu Frank La Rue, subdiretor geral de Comunicação e Informação da UNESCO, em um vídeo que convida à comemoração do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, que acontece a cada 02 de novembro.
A situação da liberdade de imprensa no continente americano segue enfrentando ameaças que vão desde a violência contra jornalistas até o uso de mecanismos legais, a aprovação de leis que restringem a prática da profissão e os ataques cibernéticos.
O jornalista Cándido Figueredo mora com a esposa e mais sete guardas armados com metralhadoras, no que ele gosta de chamar de "minha prisão". Com um misto de ironia e pesar, Figueredo descreve a sua casa, que também serve de sucursal do ABC Color, maior jornal do Paraguai. Há mais de 20 anos, Cándido vive com escolta 24 horas, única maneira de prosseguir como jornalista na perigosa cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil.
Um juiz colombiano ordenou a prisão do Comando Central (Coce) do grupo guerrilheiro conhecido como o Exército de Libertação Nacional (ELN por sua sigla em espanhol) pelo sequestro de seis jornalistas e um motorista em maio passado, de acordo com o Gabinete do Procurador Geral .
Ameaças e abusos contra Noé Zavaleta levaram o jornalista mexicano a sair do estado de Veracruz em 12 de agosto, de acordo com Aristegui Noticias.
Dois jornalistas colombianos que foram sequestrados pelo Exército de Libertação Nacional (ELN) em maio receberam mensagens de texto ameaçadoras, supostamente assinadas pelo ELN, de acordo com um relatório recente da Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP).
A equipe de reportagem do noticiário dominical Panorama foi indiciada criminalmente pelo ministro de Defesa peruano Jakke Valakivi após divulgar uma reportagem mostrando documentos oficiais secretos que evidenciariam suposto desvio de recursos do Serviço de Inteligência do Exército. Os jornalistas podem sofrer pena de até 15 anos de prisão pelo crime de traição à pátria.
Vinte e quatro jornalistas foram assassinados ou morreram sob circunstâncias obscuras na América Latina nos primeiros seis meses de 2016. Somente no mês de junho, foram oito casos.