A impunidade em assassinatos de jornalistas não é novidade na América Latina. Na última década, o Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) relatou 72 casos de jornalistas mortos em virtude de seus trabalhos. Cerca de 78% deles continuam impunes parcial ou totalmente. Mas no México, na Colômbia e no Brasil, os níveis de impunidade ultrapassaram os de outros países de América Latina, segundo o CPJ’s Índice de Impunidade Global de 2014 do CPJ.
Em coletiva de imprensa, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e o Conselho de Imprensa Peruana (CPP) condenaram o assassinato da esposa do jornalista Gerson Fabián Cuba, Gloria Lima Calle, que semanas atrás morreu vítima de um ataque encomendado nas instalações de Radio Rumba, no distrito de Pichanaki, província de Chanchamayo, Junín. As balas foram dirigidas ao jornalista, apresentador do noticiário da manhã da rádio, mas sua mulher acabou atingida depois de tentar proteger seu marido e seu filho, que também estava na cabine de transmissão.
Los Urabeños e Los Rastrojos, grupos paramilitares na Colômbia, publicaram listas de alvos ameaçando um total de dez jornalistas caso eles não abandonem seus postos e deixem as cidades onde trabalham.
O relator especial para a Liberdade de Expressão das Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou um comunicado no qual "expressa a sua mais profunda preocupação com a deterioração do direito à liberdade de expressão na Venezuela."
O jornalista da equipe de investigação do canal caribenho CCN TV6 Mark Bassant se viu forçado a deixar Trinidad e Tobago na semana passada após ser ameaçado de morte, denunciou o Instituto de Imprensa Internacional (IPI).
Foram registradas 66 agressões contra a imprensa no México nos primeiros três meses de 2014, de acordo com um relatório trimestral publicado em 22 de abril pela organização defensora da liberdade de expressão e informação Artigo 19.
Só 19% dos casos registrados de homicídios e desaparecimentos de jornalistas ou trabalhadores de imprensa chegaram a ser avaliados pela justiça, e apenas 10% terminaram em sentenças com condenação, deixando o índice de impunidade no México em 89%, disse a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) em um comunicado no dia 20 de abril.
Repórteres Sem Fronteiras denunciou que a jornalista investigativa colombiana Claudia Julieta Duque continua recebendo ameaças enquanto avança com a ação judicial contra os agentes do Departamento Administrativo de Segurança (DAS) que a submeteram nos últimos 10 anos a perseguições, tortura psicológica e até sequestro.
A jornalista venezuelana Nairobi Pinto apareceu sã e salva no dia 14 de abril pela madrugada após oito dias de sequestro, reportou Globovisión. Pinto foi libertada na cidade de Cúa, onde foi atendida pelo pessoal da Proteção Civil do município de Urdaneta antes de ser levada a Caracas.
Três países latino-americanos apareceram na última edição do Índice de Impunidade do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). México, Colômbia e Brasil ocuparam, respectivamente, a sétima, oitava e décima posições da lista.
O Mecanismo de Proteção a Jornalistas no México tem sido um “fracasso” que vai requerer uma reestruturação para poder cumprir sua função oficial, disse o titular da Secretaria de Goberno (SEGOB) do país, Miguel Ángel Osorio Chong, de acordo com a revista Proceso.
Depois da desaparição da jornalista e chefe de correspondentes da Globovisión, Nairobi Pinto, jornalistas de vários canais e meios se uniram em uma campanha online pedindo a liberação de Pinto.