Jornalistas mexicanos estão usando a lei de informação pública para descobrir os mundos obscuros do tráfico de drogas e a luta do Estado contra ele. É uma forma de mostrar contradições no discurso e nos números oficiais e a impunidade. E, para alguns, é também uma forma de evitar os riscos de se investigar pessoalmente, embora nem sempre.
O assédio de governos contra o jornalismo tem se convertido numa tendência em países da América Latina, com governantes usando em muitos casos a força das instituições do Estado, como a Justiça e a polícia, para desacreditar e até mesmo calar a imprensa.
Os governos de vários países latino-americanos contra-atacaram depois que o Departamento de Estado dos EUA divulgou seu relatório sobre as práticas de direitos humanos em todo o mundo, incluindo comentários sobre a liberdade de expressão e de imprensa. No entanto, grupos de liberdade de imprensa e jornalismo comemoram a divulgação em países criticados por ataques e restrições a jornalistas.
"O mundo é contado pelo olhar do homem e isso não vai ser objetivo nunca", afirmou a jornalista Lucia Solis Reymer, em painel sobre gênero da Primeira Conferência Latino-americana sobre Diversidade no Jornalismo
Recentemente, uma investigação realizada por uma coalizão de organizações internacionais de direitos humanos revelou várias pistas sobre o crime e listou diretrizes urgentes para a justiça mexicana reabrir o caso.
Um total de 138 jovens entre 18 e 35 anos, responderam a pesquisas para um estudo CIMA, para indagar sobre hábitos de consumo de notícias e novas tecnologias em públicos jovens em países de baixa e média renda, como México e Colômbia.
Pelo menos sete jornalistas que trabalhavam na América Latina foram mortos em 2020 em represália por seu trabalho e mais dois durante uma missão perigosa, de acordo com dados de um relatório anual do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ).
Um projeto de jornalismo de dados investigando milhares de casos de mulheres desaparecidas no México ganhou US $ 10.000 em financiamento e treinamento prático de visualização de dados, em um concurso muito competitivo organizado em parceria entre a Microsoft e o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas da Universidade do Texas em Austin.
Sessenta jornalistas de 25 meios de comunicação em 18 países se envolveram no Projeto Cartel, que investigou os interesses ocultos por trás dos assassinatos de jornalistas que cobriram violência e crime organizado no México.
O Projeto Vestígios foi lançado no dia 6 de dezembro. Este trabalho fotográfico de investigação jornalística do fotojornalista Félix Márquez conta a história de sete jornalistas assassinados em Veracruz entre 2011 e 2015.
Os podcasts de jornalismo narrativo Praia dos Ossos e La Nota Roja partem de crimes antigos, cometidos há décadas, para abordar uma realidade que persiste na região: a violência sistêmica contra a mulher e uma cultura machista que culpa as vítimas
Oferecer bolsas de reportagem, através de chamadas abertas e públicas, é uma forma de veículos jornalísticos diversificarem suas pautas, e uma oportunidade democrática para jornalistas que vivem de frila.