Com um podcast, César Pérez Romero, filho de um dos diretores e proprietários do jornal El Universo do Equador, decidiu contar de uma perspectiva mais pessoal o que estava por trás do histórico caso do jornal contra o então presidente do país, Rafael Correa, em um dos momentos mais difíceis para a liberdade de expressão no Equador.
A Amazônia deve ser coberta com muita preparação, incluindo vozes locais, a partir de perspectivas diversas e sem cair na armadilha da desinformação, segundo os participantes da I Cúpula Amazônica de Jornalismo e Mudanças Climáticas 2022, realizada de 9 a 11 de junho no Equador.
A pandemia de COVID-19 evidenciou uma crise silenciosa entre jornalistas: a deterioração da saúde mental destes profissionais, constatada por várias pesquisas realizadas por organizações ao redor do mundo nos últimos dois anos. Na América Latina, iniciativas em curso buscam avaliar a saúde mental de jornaistas e ajudá-los a cultivar o bem-estar emocional em um contexto adverso que, além da pandemia, conta com desinformação generalizada e violência e hostilidade contra os profissionais.
Os pesquisadores observaram 80 sites de notícias de 20 países da América Latina e identificaram três que se destacaram ao tornar a audiência uma peça ativa na construção da notícia: os nativos digitais GK (Equador), The Intercept (Brasil) e RED/ACCIÓN (Argentina). De acordo com a pesquisa, publicada no Brazil Journalism Research, o modelo de negócio dos três veículos, baseado na receita direta da audiência, cria mais espaços de colaboração com o público.
Um projeto de lei que regulamenta a comunicação está sendo discutido no Equador. O objetivo é estar de acordo com os padrões internacionais e acabar definitivamente com o legado de uma das leis de comunicação mais restritivas do continente.
O que começou como uma experiência jornalística durante o primeiro ano da pandemia tornou-se uma coalizão latino-americana de jovens meios de comunicação que abordam questões de direitos humanos com uma perspectiva de gênero, a Coalizão LATAM.
A iniciativa, segundo seus organizadores, é inédita no Equador e se inspira em experiências similares na América Latina, como o Verificado, no México, e o Projeto Comprova, no Brasil.
A organização registra 30 casos em que policiais avançaram de forma violenta contra jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas de meios digitais, impressos e televisivos.
"Para nós, é um erro total. Reduzir o risco para jornalistas a quatro riscos penais é não reconhecer que os principais riscos e agressões vieram do Estado nos últimos 12 anos", disse César Ricaurte.
Juan Javier Ortega Reyes e Paúl Rivas Bravo, do jornal El Comercio, do Equador, mortos em abril de 2018, estão entre os 21 profissionais de imprensa cujos nomes serão adicionados ao Memorial dos Jornalistas no Newseum em Washington, D.C.
Após um segundo e último debate, em 18 de dezembro, a Assembléia Nacional do Equador aprovou reformas na Lei Orgânica de Comunicação (LOC) do país, indicada por especialistas como a mais repressiva do continente.
Unidas não apenas por semelhanças geográficas e culturais, mas também pelo tipo de problemas que seus países enfrentam política, econômica e socialmente, sete organizações jornalísticas formaram a aliança Voces del Sur para sistematizar o monitoramento da liberdade de expressão em seus países.