Jornalistas que cobriam protestos de massa na Venezuela contra o governo do presidente Nicólas Maduro lutaram para realizar o seu trabalho apesar das restrições impostas: detenções governamentais, ataques físicos e assédio durante a “Toma de Venezuela” (Tomada da Venezuela) neste 26 de outubro.
Na noite de segunda-feira, 12 de setembro, os familiares do advogado e jornalista Braulio Jatar Alonso, que não sabiam do paradeiro do comunicador, informaram que ele se encontra em uma prisão no estado de Guárico.
As manifestações na capital da Venezuela, Caracas, que ocorreram em 1 de setembro, terminaram com denúncias de restrições à liberdade de imprensa e de expressão, que incluíram ataques e detenções temporárias de alguns trabalhadores de meios de comunicação, assim como a proibição da entrada no país de correspondentes internacionais.
Dois veículos de imprensa foram atacados por homens armados nos últimos três dias na Venezuela.
Argumentando que os jornalistas estavam fazendo gravações em um "corredor presidencial," membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) da Venezuela prenderam os jornalistas Andreina Flores e Jorge Luis Pérez Valery, informou o Instituto Imprensa e Sociedade (IPYS) Venezuela.
Relatores Especiais das Nações Unidas e da Comissão Interamericana comunicaram ao governo venezuelano suas preocupações com a deterioração da liberdade de imprensa, na tentativa de abrir um diálogo com as autoridades e melhorar a situação dos jornalistas no país.
O jornalista venezuelano Leocenis García, fundador e editor do extinto grupo editorial 6to Poder, está há uma semana na cadeia, após sua prisão domiciliar ter sido revogada em 04 de julho, quando ele foi transferido para a prisão do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).
Em virtude das diversas políticas do atual governo da Venezuela restringindo a livre circulação de informação nos meios de comunicação tradicionais, as redes sociais tornaram-se uma alternativa para o consumo de notícias entre os cidadãos venezuelanos. É o que mostra um estudo realizado para a organização de defesa dos direitos humanos Espacio Público.
Em meio a um tenso clima social e a relatos de ataques contra a imprensa, internautas na Venezuela estão espalhando nas redes sociais a hashtag #ExpresiónSinOpresión (#ExpressãoSemOpressão) para falar sobre a importância da liberdade de expressão no país.
Em um dos mais violentos anos para a imprensa na capital venezuelana, Caracas, pelo menos 19 trabalhadores da mídia foram atacados enquanto cobriam protestos que ocorreram na quinta-feira, 2 de junho, de acordo com a organização de defesa direitos humanos Espacio Público.
O ano de 2015 foi apontado como tendo “m"maior número de conflitos relacionados à liberdade de expressão e direito à informação” na Venezuela, segundo um relatório recente anual do Instituto Prensa y Sociedad (IPYS) Venezuela, e de seus registros históricos desde 2002.
Na Venezuela, um país onde as restrições à imprensa estão na ordem do dia e o acesso à informação pública não é garantido por lei, estar informado sobre as decisões do governo pode ser problemático. Por isso, o Instituto Imprensa e Sociedade (IPYS) Venezuela junto à Transparência Venezuela estão lançando Vendata, uma plataforma online que busca oferecer de maneira simples a informação contida na Gaceta Oficial, uma espécie de Diário Oficial do país.