Em entrevista à LJR, Jonathan Bock, diretor executivo da FLIP na Colômbia, explica a importância da decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso da jornalista Jineth Bedoya e suas implicações para a liberdade de expressão e as mulheres jornalistas na região.
As informações sobre o perfil dos jornalistas assassinados na última década nos quatro países da região com mecanismos de proteção deixam clara a necessidade de fortalecê-los. Os dados foram obtidos durante o desenvolvimento do projeto "Baixo Risco - Análise dos programas de proteção a jornalistas na América Latina" realizado pela RSF com apoio da Unesco.
Depois de dois anos de relativa estabilidade, os ataques a jornalistas deram um salto de 41% na Argentina no ano passado e chegaram a 82. Em 2019, haviam sido registrados 58 ataques enquanto 2018 contou com 51. Os dados são do Informe del Monitoreo de Libertad de Expresión 2020, do Foro de Jornalistas Argentinos (Fopea, na sigla em espanhol).
Num dos momentos talvez mais críticos para o jornalismo em El Salvador, a aprovação da Lei de Proteção a Jornalistas parece cada vez mais distante. O projeto pretende ser muito abrangente, incluindo desde direitos trabalhistas até os diferentes tipos de violência sofridos por jornalistas, incluindo uma perspectiva de gênero para os problemas que afetam as mulheres jornalistas.
O relatório da UNESCO conduziu mais de 900 entrevistas com mulheres jornalistas de 125 países. A maioria dos jornalistas contatados disse ter recebido ataques baseados em desinformação que buscavam desacreditá-los pessoal e profissionalmente.
Depois de receber duas ameaças de morte nas redes sociais nos últimos seis meses, a jornalista investigativa peruana Paola Ugaz soube recentemente que o Ministério Público não abrirá uma investigação em nenhum dos casos.
No Paraguai, 19 jornalistas foram assassinados nos últimos 30 anos, mas poucos casos foram esclarecidos. Mesa para a Segurança de Jornalistas do Paraguai cobra medidas efetivas de proteção e prevenção de crimes contra jornalistas.
Recentemente, uma investigação realizada por uma coalizão de organizações internacionais de direitos humanos revelou várias pistas sobre o crime e listou diretrizes urgentes para a justiça mexicana reabrir o caso.
Durante a audiência histórica perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso de sequestro, tortura e violência sexual contra a jornalista colombiana Jineth Bedoya Lima, o Estado colombiano a abandonou por "falta de garantia".
Em sua missão de documentar os acontecimentos, muitos fotojornalistas latino-americanos sofrem ataques ou prisões por parte da polícia.