Apesar das declarações de um porta-voz da polícia peruana afirmando que a morte do jornalista de 22 anos Fernando Raymondi em Lima não foi motivada por sua cobertura do crime organizado, da corrupção e do tráfico de drogas, jornalistas locais e organizações internacionais defensoras da liberdade de imprensa continuam pedindo uma investigação completa sobre o caso.
A impunidade em assassinatos de jornalistas não é novidade na América Latina. Na última década, o Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) relatou 72 casos de jornalistas mortos em virtude de seus trabalhos. Cerca de 78% deles continuam impunes parcial ou totalmente. Mas no México, na Colômbia e no Brasil, os níveis de impunidade ultrapassaram os de outros países de América Latina, segundo o CPJ’s Índice de Impunidade Global de 2014 do CPJ.
A polícia invadiu e confiscou material jornalístico da emissora de radio e site de notícias La Brújula 24, da cidade de Bahía Blanca na província de Buenos Aires, Argentina. A polícia local chegou à redação com uma ordem judicial assinada pelo juiz federal Santiago Ulipano Martínez.
Quando um grupo de homens entrou no escritório de El Heraldo de León em Sillao, em setembro passado, ameaçando e agredindo a repórter Karla Silva, o caso se tornou emblemático para a campanha de aprovação de uma lei de proteção para jornalistas no estado de Guanajuato.
Em coletiva de imprensa, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e o Conselho de Imprensa Peruana (CPP) condenaram o assassinato da esposa do jornalista Gerson Fabián Cuba, Gloria Lima Calle, que semanas atrás morreu vítima de um ataque encomendado nas instalações de Radio Rumba, no distrito de Pichanaki, província de Chanchamayo, Junín. As balas foram dirigidas ao jornalista, apresentador do noticiário da manhã da rádio, mas sua mulher acabou atingida depois de tentar proteger seu marido e seu filho, que também estava na cabine de transmissão.
O caso do jornalista paraguaio Pablo Medina Velázquez, assassinado enquanto trabalhava no departamento de Canindeyú, ao noroeste do país, já é o terceiro no Paraguai este ano e o mais recente de uma série de assassinatos de jornalistas na região nos últimos anos. Sua morte ressalta as árduas e perigosas condições para repórteres que trabalham na fronteira com o Brasil.
O ativista mexicano Atilano Román Tirado foi morto no dia 13 de outubro enquanto participava de um programa de rádio ao vivo em Mazatlan, no estado de Sinaloa. Ouvintes do programa de rádio de Román Tirado disseram ter ouvido tiros depois que desconhecidos invadiram o estúdio da emissora de rádio onde o líder comunitário estava.
Jornalistas de Veracruz e outros grupos marcharam na segunda, 28 de abril, em homenagem à morte da jornalista Regina Martínez ocorrida no mesmo dia há dois anos, de acordo com a revista Proceso.
Em sua apresentação ontem na Organização dos Estados Americanos (OEA), a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) lamentou que os 18 assassinatos de jornalistas registrados na região em 2013 sigam, em sua maioria, na impunidade.
Foram registradas 66 agressões contra a imprensa no México nos primeiros três meses de 2014, de acordo com um relatório trimestral publicado em 22 de abril pela organização defensora da liberdade de expressão e informação Artigo 19.