No dia 2 de novembro, a Unesco promoveu o Dia Internacional pelo fim da impunidade em crimes contra jornalistas (IDEI na sigla em inglês) com o objetivo de instar os governos de todo o mundo a tomar ações mais contundentes para julgar e condenar aqueles que cometem crimes contra jornalistas. Defensores da imprensa explicam que a morte dos jornalistas não é apenas um problema do setor, mas uma ameaça para toda a sociedade democrática.
Uma placa branca perto da Villa Ygatimí, aproximadamente a 41 quilômetros da fronteira entre Paraguai e Brasil, marca a morte de um jornalista e sua assistente há um ano, assassinados enquanto passavam por uma estrada da área.
Em meio aos casos de violência contra jornalistas no Brasil, que já contabiliza quatro assassinatos apenas este ano, entidades de defesa da liberdade de imprensa se uniram em torno de um projeto que busca coibir a impunidade nestes crimes. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) lançaram o "SOS Jornalista", um espaço para comunicadores denunciarem agressões e abusos de veículos de comunicação relacionados ao exercício profissional e receberem proteção do Estado.
Colombia ficou fora do Índice Global de Impunidade 2015 do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ na sigla em inglês), deixando México e Brasil como os únicos países da América Latina na lista de 14 países onde os responsáveis por assassinatos de jornalistas “permanecem livres”.
Na última década, o México se tornou um dos países mais perigosos do mundo para os jornalistas, especialmente pela guerra contra o narcotráfico travada pelo governo nos estados do norte, perto da fronteira com os Estados Unidos.
Em uma semana, três jornalistas mexicanos foram assassinados nos estados de Oaxaca, Veracruz e Guanajuato.
O ex-parlamentar e político colombiano Ferney Tapasco foi condenado a 36 anos de prisão por ser o autor intelectual do homicídio em 2002 do subdiretor do jornal La Patria, Orlando Sierra, assassinado em razão de sua atividade profissional.
Embora no Brasil a maioria dos crimes contra jornalistas fique impune, como aponta o Índice Global de Impunidade 2014 do CPJ, um homem foi condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato do repórter Rodrigo Neto, do jornal Vale do Aço, ocorrido em 2013 no estado de Minas Gerais.
Agentes do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC) detiveram uma jornalista e um fotógrafo e os submeteram a agressões físicas, verbais e humilhações quando estes cobriam o transporte de presos de alta periculosidade no dia 19 de junho.
O suspeito de matar, em março de 2014, a jornalista grávida Adriana Urquiola está de volta à Venezuela depois de ter escapado para a Colômbia.