Criminosos armados com fuzis dispararam contra as instalações do jornal El Debate, na cidade de Mazatlán, na madrugada de domingo, 3 de outubro, reportou La Jornada. Apesar de não haver feridos, a fachada do edifício recebeu pelo menos 17 disparos, acrescenta o jornal Milenio.
Segundo organizações internacionais, o México é um dos países mais perigosos do mundo para o exercício do jornalismo. Somente este ano, mais de dez jornalistas foram assassinatos e foram registrados diversos casos de sequestro de comunicadores, além de numerosos ataques com armas, granadas e bombas a meios de comunicação. Esses casos foram compilados em um mapa sobre as ameaças ao jornalismo mexicano preparado pelo Centro Knight.
Quarenta e cinco repórteres e membros de organizações de apoio a jornalistas e à liberdade de expressão de 20 países se reuniram em Austin, Texas, nos dias 17 e 18 de setembro de 2010, para o 8º Fórum de Austin sobre Jornalismo nas Américas. O enfoque do encontro deste ano foi a cobertura do tráfico de drogas e do crime organizado. Em dois dias de painéis e discussões de mesa redonda, os participantes analisaram o panorama global do narcotráfico e apresentaram uma série de iniciativas que ajudarão jornalistas a melhorar sua cobertura do tráfico e a proteger seu bem-estar em meio a riscos e ameaças.
Depois de passar o ano de 2009 como bolsista Nieman, na Universidade de Harvard, o jornalista americano Alfredo Corchado, descendente de mexicanos, se deu conta de que não tinha mais vontade de continuar colocando sua vida em risco para cobrir a violência e o tráfico de drogas no México. Quando voltou a esse país como chefe da sucursal mexicana do jornal Dallas Morning News, ele se sentia "anestesiado", "separado da história", afirmou.
Diretores de meios de comunicação e jornalistas manifestaram ceticismo em relação às medidas anunciadas pelo governo para proteger a classe profissional das ameaças e da violência do crime organizado, informou a EFE.
Em uma reunião com representantes da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, por suas siglas em espanhol) e do Comitê para a Protecão dos Jornalistas (CPJ), o líder mexicano Felipe Calderón se comprometeu a iniciar no mês de outubro um plano de proteção à imprensa similar ao colombiano e a impulsionar reformas legais que colocariam os assassinatos de jornalistas no âmbito federal, informam a agência AFP e a SIP.
"Não cabe de modo algum que qualquer ator possa pactuar, promover uma trégua ou negociar com criminosos”. Com estas palavras, o porta-voz do governo federal do México, Alejandro Poiré, criticou o editorial do jornal El Diario de Juárez, que pediu trégua ao crime organizado após o assassinato de um de seus fotógrafos, informam o El Universal e o La Jornada. (Leia matéria do jornal O Globo aqui.)
O jornal El Diario de Juárez, para o qual trabalhava o fotógrafo assassinado por pistoleiros na semana passada, publicou um extenso editorial no domingo, 19 de setembro, pedindo trégua aos cartéis do tráfico de drogas, para que encerrem a violência e os ataques a jornalistas, informaram El Universal e a Televisa. Segundo a Veja, El Diario é o jornal mais popular de Ciudad Juárez, na fronteira com os Estados Unidos, e esta é a primeira vez que uma publicação da região publica um editorial diretamente endereçado aos traficantes.
Importantes jornalistas investigativos de toda a América Latina e o Caribe, reunidos nos dias 17 e 18 de setembro durante o 8º Fórum de Austin para o Jornalismo nas Américas, assinaram uma declaração condenando a violência contra jornalistas que ameaça a liberdade de expressão do México ao Cone Sul.
O Ministério Público e a polícia da República Dominicana alertaram o jornalista Esteban Rosario de um plano para assassiná-lo, informou o Diario Libre. Criminosos já teriam inclusive recebido cerca de US$ 25 mil para matar o comunicador.
O fotógrafo Luis Carlos Santiago Orozco, do jornal El Diario de Juárez, foi morto a tiros na quinta-feira, 16 de setembro, no estacionamento de um centro comercial de Ciudad Juárez, marco da violência do tráfico de drogas no México, na fronteira com os Estados Unidos, informou a publicação. Outro fotógrafo que o acompanhava foi ferido no ataque, segundo a agência EFE.
O câmera do canal Televisa Alejandro Hernández Pacheco, um dos quatro comunicadores sequestrados em julho por traficantes de drogas no norte do México, cruzou a fronteira com a esposa e os filhos e pediu asilo político aos Estados Unidos, temendo ser assassinado em seu país, informaram a CNN México e o jornal El Diario.